terça-feira, 31 de março de 2015

Estações da linha 5 do metrô de São Paulo vão atrasar mais

30/03/2015 - Exame

O governador Geraldo Alckmin disse nesta segunda-feira que as obras da linha 5 - lilás, do metrô de São Paulo vão atrasar mais um ano.

A inauguração completa da linha estava prevista para 2017. Com o adiamento, o prazo foi estendido para o primeiro semestre de 2018.

A expansão da Linha 5-Lilás custa ao governo de São Paulo R$ 8,9 bilhões. A previsão é de que a linha atenderá cerca de 780 mil passageiros por dia.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Alckmin culpou a "questão do meio ambiente, desapropriações e interferências".
O governador disse ainda que espera que as estações Alto da Boa Visa, Borba Gato e Brooklin sejam entregues no primeiro semestre de 2017, outras seis estações no segundo semestre do mesmo ano e que apenas a última ficará para 2018.

Atrasos

A linha 4 - amarela também está com as obras bem atrasadas. As estações Vila Sônia e Morumbi, que tinham prazo de entrega para 2017, só devem ser abertas ao público em 2018.

Segundo Alckmin, a empresa responsável pelo consórcio, Isolux Córsan-Corviam, será multada e terá até abril para retomar as obras das estações Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie, paradas há cerca de seis meses. As estações Vila Sônia e Morumbi serão licitadas.

Além das linhas 5 e 4, o monotrilho da linha 15-prata também está atrasado.

Monotrilho deve levar um ano para operar em horário integral

31/03/2015 - O Estado de SP

SÃO PAULO - O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou na manhã desta segunda-feira, 30, que o primeiro trecho da Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo terá seu horário de funcionamento ampliado para 12 horas diárias ainda em abril. Mas o funcionamento integral da estrutura só ocorrerá em agosto, ou seja, um ano após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) entregar a obra. Na época, ele concorria à reeleição.

Com isso, o ramal passará a funcionar das 7h às 19h ainda neste mês. Hoje, o percurso de 2,9 km entre as Estações Vila Prudente e Oratório só ocorre das 9h às 14h. Esse trecho do monotrilho foi aberto ao público no fim de agosto de 2014, mas ainda segue fechado durante a maior parte do dia.

Pelissioni alegou problemas de fornecimento elétrico para justificar a demora de mais de sete meses para a entrega total das duas primeiras estações da Linha 15. Uma das promessas do governo estadual para a construção de monotrilhos era o menor tempo de execução da obra. Mas a construção da Linha 15 começou em 2010.

"Temos duas empresas fazendo serviços para que possamos estender o horário. Primeiro, é a (fabricante de trens canadense) Bombardier, que está  comissionando quatro trens para que a gente possa fazer a operação por 12 horas", disse o secretário. "Isso está sendo concluído nos primeiros dias de abril. E nós temos um problema lá com a questão da energia, que é um contrato (entre) Siemens e MPE. A Siemens oferece equipamentos e a MPE é que faz serviços de ligações de energia. A MPE está com problemas, vocês estão acompanhando a Operação Lava Jato."

Com isso, de acordo com ele, a Siemens está assumindo os serviços da parceira de consórcio. A Siemens foi a empresa que revelou a existência do cartel no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre 1998 e 2008 (durante os governos dos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra). Ela é investigada pelo Ministério Público Estadual e seu ex-presidente no Brasil acabou indiciado pela Polícia Federal.

"Até o fim de abril, queremos colocar ali em operação comercial", disse ainda Pelissioni. Questionado, no entanto, se a operação já será comercial plena, ou seja, das 4h40 à meia-noite, Pelissioni disse que não.

"É o horário de 12 horas, das 7h às 19h. depois, a gente tem um outro plano de expansão para até agosto", afirmou Pelissioni. A Linha 15 terá 26,6 km de extensão, entre a Vila Prudente a Cidade Tiradentes, na zona leste, ao custo de RS 5,5 bilhões.

Linha 4. O governador Alckmin afirmou durante evento de chegada de um tatuzão à área da futura Estação AACD-Servidor, na zona sul, que há multa prevista para o consórcio Ixolux-Corsán-Corviam, responsável pela construção da Linha 4-Amarela, que está com as obras praticamente paradas desde novembro do ano passado. O tucano, porém, não informou qual é o valor da multa.

Na semana retrasada, numa reunião entre o governo, o Banco Mundial (um dos financiadores do empreendimento) e o consórcio, chegou-se à conclusão de que o consórcio ainda tocaria a construção das Estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire. As outras duas estações que faltam ser construídas no ramal (São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) necessitarão do lançamento de um novo edital por parte do governo, o que deve ocorrer até junho.

"Tem multa e tem garantia. O que ficou acertado com o Banco Mundial? Duas estações que estão bastante adiantadas (Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire), ela (o consórcio) terminaria. Teria este mês de abril (para recomeçar as obras). Não é para enrolar, é para pegar para valer a obra, pegar rápido e terminar. E nós vamos licitar as outras duas, que é (São Paulo-)Morumbi e Vila Sônia", disse Alckmin, que não informou o valor da multa.

Os dois contratos assinados em 2012 com o Isolux-Corsán-Corviam para a segunda fase da Linha 4 custam R$ 550 milhões. O consórcio alegou que o Metrô deixou de fornecer projetos necessários à continuidade das obras. O Metrô, por sua vez, sempre culpou apenas o consórcio pela redução do ritmo das obras. Agora, a Linha 4-Amarela só deve ficar pronta em 2018, conforme um cronograma apresentado nesta segunda-feira pelo secretário Pelissioni. Quando o ramal começou a ser construído, em 2004, o prazo chegou a ser anunciado para 2010.

Linha 5. No caso da expansão da Linha 5-Lilás, Alckmin promete agora entregá-la em, sua maior parte, em 2017, no trecho que vai da Estação Alto da Boa Vista a Chácara Klabin. Das paradas que estão nesse segmento, apenas a Campo Belo ficará para o ano seguinte, por envolver "grande interferência", segundo Alckmin. A expansão da Linha 5 já chegou a ser prometida para 2015.

terça-feira, 10 de março de 2015

Deputados aprovam financiamento para desapropriações do Metrô ABC

08/03/2015 - Clique ABC

Da Redação - A Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) aprovou o Projeto de Lei 1.420/2014, que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito junto a instituições financeiras nacionais ou internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, bancos privados nacionais ou internacionais, agências de fomento, agência multilateral de garantia de financiamentos.

O projeto a ser financiado representa o montante de até US$ 182.700.000,00 (cento e oitenta e dois milhões e setecentos mil dólares norte-americanos), cerca de R$493 milhões. Os recursos advindos dos empréstimos autorizados serão destinados para o programa de expansão da Linha 18 – Bronze, monotrilho que vai ligar o ABC a capital paulista. "O financiamento será destinado a custear as desapropriações necessárias à expansão da linha e serão realizadas ainda no decorrer deste ano", explicou o deputado Orlando Morando.

A Linha 18 – Bronze do Metrô, constitui-se de mais de 15 km de extensão, compreendendo 13 estações, ligando a região do Grande ABC com o sistema metroviário, por meio da integração na Estação Tamanduateí (Linha 2 – Verde do Metrô e Linha 10 – Turquesa da CPTM) e no corredor ABD, junto a Estação Paço Municipal e Djalma Dutra. "Mais uma vez me sinto honrado de estar como deputado estadual e poder dar a minha contribuição para viabilizar a chegada do Metrô ABC em especial para São Bernardo do Campo", concluiu o deputado Orlando Morando.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Monotrilho completa seis meses de testes

03/03/2015 - O Estado de São Paulo

Aberta ao público há exatos seis meses, a Linha 15-Prata da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), o monotrilho da zona leste de São Paulo, continua sem funcionar quando é mais necessária: nos horários de pico. O tempo de testes é recorde na história da empresa. O Metrô promete ampliar o funcionamento, que hoje é das 9 às 14 horas, ao longo deste mês. 

O custo total da obra chega a R$ 6 bilhões. O monotrilho é um projeto da empresa canadense Bombardier. O primeiro orçamento, divulgado em 2011, calculava que a ligação de 16 quilômetros, entre a Vila Prudente e Cidade Tiradentes, no extremo leste, custaria metade disso. Quando ficar pronta, a linha terá 17 estações.

O ramal em operação liga a Estação Vila Prudente, da Linha 2-Verde, à Estação Oratório, exclusiva do monotrilho, passando pela Avenida Professor Luís Inácio de Anhaia Mello. A visita assistida, que o Estado fez duas vezes na semana passada, já permite desmistificar algumas polêmicas levantadas ao longo da construção da obra, feita em meio a desconfianças diante do novo modal, um dos primeiros do mundo. Metrô diz que não há problema de segurança.

Impressões. A primeira dúvida era se o transporte poderia fazer surgir um novo "Minhocão", trazendo degradação urbana à zona leste. "Não ficou feio, não, e não atrapalhou a paisagem. Para falar a verdade, ficou até bonito", avalia o estudante Pedro Marinho, de 22 anos, morador da região que também viajou pela primeira vez no monotrilho na semana passada.

Embaixo das vigas, o governo do Estado já concluiu a instalação de jardins e de uma ciclovia. O viário foi recapeado. E as benfeitorias foram exploradas pelo mercado imobiliário, que instalou e vendeu prédios de alto padrão ao redor do novo ramal.

Já dentro do trem a desconfiança é maior. Chama a atenção o balanço da composição, que chacoalha conforme desliza pelos trilhos de concreto. "Agora, com ele vazio, tudo bem, é confortável. Mas estou sentido falta de lugar para segurar, o que vai ser um problema quanto isso aqui estiver lotado. Faltam também bancos", disse a estudante de Arquitetura Rebeca Correa, de 21 anos. Ela e um grupo de colegas de sala, que estudam ali perto, decidiram visitar a obra na semana passada quando saíram da faculdade.

"O morador da zona leste, de Cidade Tiradentes, vai optar por esse meio porque vai ser mais rápido para chegar ao centro do que ir de ônibus. Não será por causa do conforto", avalia outra integrante do grupo, Liliane Canuto, de 22 anos. Por dia, a linha tem recebido cerca de 800 pessoas, segundo o Metrô. Quando estiver pronto, o ramal deverá ser usado por 500 mil paulistanos. O trajeto passa ainda por São Mateus, Sapopemba e pelo Jardim Planalto.

Vila Prudente. Até hoje, nos 41 anos de história do metrô, o maior período de testes na empresa havia sido a extensão da Linha 2-Verde até Vila Prudente. O atraso era decorrente da chegada de um novo sistema de controle de trens.

Mesmo lá, cinco meses após a abertura, a linha já funcionava nos picos. A Linha 4-Amarela demorou um ano para operar o dia inteiro, mas é de responsabilidade da empresa ViaQuatro.

Alckmin desacelera execução de obras de trens, Metrô e do Rodoanel Norte

02/03/2015 - O Estado de S. Paulo

As principais obras de mobilidade da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) na Grande São Paulo perderam o ritmo e algumas, como o Trecho Norte do Rodoanel, pararam. Os sistemas de acompanhamento de gastos do governo mostram execução de até 0,05% de algumas das ações, como a Linha 9-Esmeralda de trens. Operários relatam demissões em massa nos canteiros, enquanto vizinhos confirmam a paralisia e fornecedores recebem comunicados ordenando a redução de gastos. 

Os serviços afetados estão entre as principais ações para amenizar os congestionamentos da metrópole. Quando prontas, as linhas de trem e metrô em obras vão permitir que mais de 2 milhões de pessoas viajem por trilhos diariamente. 

Em janeiro, Alckmin anunciou o contingenciamento de gastos, num total de R$ 6,6 bilhões. Mas negou que o cinto tenha sido apertado também nos investimentos. "O R$ 1,9 bilhão (o total a ser cortado) é de corte em pessoal, custeio e extinção de fundações, 15% de funções comissionadas e cargos comissionados, 30% de diárias e horas extras e duas fundações extintas, justamente para evitar reduzir o investimento", disse. 

Entretanto, os investimentos já apresentam lentidão, o que se verifica na comparação porcentual de obras já concluídas com o planejamento de 2015. O orçamento chega a R$ 14,5 bilhões. Mas, até agora, nem R$ 1 bilhão desse total chegou a sair dos cofres públicos, segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais do Plano Plurianual (SIGPPA). 

O caso mais emblemático é o Trecho Norte do Rodoanel, que já teve a previsão de término adiada de 2016 para 2017. Atualmente, são poucas as máquinas que trabalham nos seis lotes de construção. Operários foram demitidos, as desapropriações atrasaram e o ritmo nos canteiros é lento. Neste ano, apenas R$ 48 milhões (2,2% do total) foram gastos no projeto - o Estado diz que há verbas do Banco Internacional para Reconstrução em Desenvolvimento (BIRD), de R$ 54 milhões, que não aparecem na base de dados, totalizando R$ 100,2 milhões, ou 4,5% do total, o que ainda é menos do que a média executada no ano passado. 

A reportagem visitou os lotes 1, 4, 5 e 6 e viu materiais e pessoal parados em todos eles. A situação é mais grave no último, com 11,96 km de extensão, entre as cidades de Guarulhos e Arujá. Nenhum funcionário foi encontrado, e os canteiros estavam abandonados. No meio da Serra da Cantareira, apenas a terraplenagem, coberta de barro, estava concluída. 

Respostas 

O presidente da estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), Laurence Lourenço, que toca a obra, diz que não há corte de verbas. No lote 1, afirma que há problema com o consórcio que executa o serviço. Nos demais, as chuvas estariam atrapalhando o andamento dos trabalhos, acrescido de atraso nas desapropriações. 

Já o Palácio dos Bandeirantes afirma em nota que "não há porque considerar" que o ritmo dos trabalhos está baixo e disse que a execução dos orçamentos do Metrô e da CPTM está acima do previsto. O governo também questiona o uso do PPA para acompanhar o andamento das construções. 


Fonte: O Estado de S. Paulo
Publicada em:: 02/03/2015