A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem que vai repassar ao governo estadual R$ 715 milhões para as obras de ampliação do Metrô este ano. Neste mês serão depositados R$ 195 milhões e, nos seguintes, serão feitas transferências mensais de R$ 65 milhões. O dinheiro é proveniente da venda da folha de pagamento dos funcionários e fornecedores do governo para o Banco do Brasil (BB).
A verba será aplicada principalmente na expansão da Linha 5-Lilás (Capão Redondo-Chácara Klabin), na elaboração do projeto da nova Linha 6-Laranja (Brasilândia-São Joaquim) e em desapropriações para a ampliação da Linha 4-Amarela (Vila Sônia-Luz). Segundo o governo municipal, também poderá ser usada nas demais linhas do metrô da capital.
Verba extra - O orçamento deste ano estimava investimento de apenas R$ 10 milhões no Metrô, mas previa o aumento desse valor caso o acordo com o BB fosse concretizado. O banco desembolsará R$ 726 milhões para prestar os serviços durante cinco anos. O negócio foi acertado no fim do ano passado e assinado em janeiro.
Até então, as contas dos servidores e dos fornecedores da Prefeitura estavam nos bancos Itaú e Bradesco. Para rescindir os contratos, a Prefeitura pagou multa de R$ 96 milhões. Eles haviam sido fechados em 2005, ainda na administração do prefeito José Serra (PSDB).
“É um dinheiro bem-vindo e tem importância simbólica, pois a Prefeitura nunca investiu no Metrô (desde que passou para a administração estadual)”, afirma o superintendente da Associação Nacional do Transporte Público (ANTP), Marcos Bicalho. O engenheiro ressalta, no entanto, que o governo municipal ainda dá prioridade aos automóveis na gestão do transporte da capital. “(o dinheiro que será investido no metrô) é metade do R$ 1,5 bilhão investido na obra de ampliação da Marginal Tietê”, critica.
Segundo Bicalho, não basta apenas repassar a verba para o Metrô para reduzir os problemas no trânsito da capital. “É bom que a Prefeitura faça também o que é de responsabilidade exclusiva dela, como a ampliação e manutenção dos corredores de ônibus”, diz.
Se o valor prometido ontem for aplicado integralmente até dezembro, será o maior investimento na malha ferroviária feito pelo governo municipal desde que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou que investiria R$ 2 bilhões no Metrô. De lá para cá, foram repassados apenas R$ 325 milhões – R$ 275 milhões em 2008 e R$ 50 milhões no ano passado.
Em 2009, o Metrô deixou de investir R$ 1,3 bilhão na expansão da malha, que estava previsto no orçamento. A companhia afirma, no entanto, que não houve falta de verba.
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