domingo, 31 de agosto de 2014

Metrô abre maior monotrilho do mundo

30/08/2014 - O Estado de SP / G1 SP



Por enquanto, o ramal só vai operar aos sábados e domingos, das 10 às 15 horas, e com intervalos grandes entre as viagens. No resto da semana, continuarão a ser feitos ajustes e medições por parte do Metrô e da empresa canadense Bombardier, fabricante dos trens. O Estado encontrou nesta sexta-feira técnicos avaliando a composição enquanto ela circulava entre as Estações Vila Prudente e Oratório, em uma viga de concreto armado a 15 metros de altura.

A vertigem de estar suspenso em um trem sobre uma avenida extremamente movimentada, como a Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, é ampliada pelas grandes janelas de 1,2 metro de altura dos vagões do monotrilho. E também pela ausência de qualquer tipo de barreira na lateral externa da estrutura.

As vidraças são maiores do que as das composições convencionais do Metrô e, em determinados pontos, os passageiros ficam "grudados" na janela, algo impossível nos trens comuns, onde os assentos impedem uma aproximação maior do vidro. "Ai, meu Deus, não quero nem chegar perto!",disse uma repórter ao ver a altura, aproximando-se de um janelão.

O trem do monotrilho tem outras distinções. Ele não tem operadores - sua navegação é realizada por meio de um sistema de comunicação computadorizado. Na viagem desta sexta, a reportagem notou que a trepidação do monotrilho, em seu deslocamento, é maior do que a dos demais trens, o que torna a viagem menos confortável.

"Ele (o trem) com carga, com peso, diminui um pouco o balanço. Precisa de um lastro para ele firmar um pouco", afirmou um técnico do Metrô que acompanhou a viagem e preferiu não se identificar.

Estrutura. A superlotação, porém, não será algo raro quando a Linha 15-Prata estiver completa, em 2016, entre a região da Vila Prudente e Cidade Tiradentes, em um trajeto de 18 estações e 26,6 quilômetros. O ramal passa por bairros populosos, como Sapopemba e São Mateus. "Para as demandas da zona leste, deveria ser metrô mesmo, parrudo", diz o engenheiro Horácio Augusto Figueira, especialista em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) e que já trabalhou no Metrô. Ele teme que a ligação do monotrilho com a Linha 2-Verde, na Estação Vila Prudente, se torne um gargalo inviável quando a Linha 15 estiver pronta.

Também há menos assentos: cada trem tem 120 vaga, ante 264 dos da frota K e 368 da antiga frota C, ambas na Linha 3-Vermelha. O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse nesta sexta que investimentos em monotrilho têm sido comuns pelo mundo, em países como China e Índia. A previsão do dirigente era de que outras estações da Linha 15 abrissem neste ano, o que não vai acontecer. "Não tenho o cronograma aqui", respondeu ao ser perguntado nesta sexta.

Ponto de drogas.A Estação Oratório abre neste sábado só com uma de suas duas entradas aberta. A outra não tem ainda grande parte dos vidros que recobrem as escadas rolantes. Há muito lixo no local e moradores da Rua Nupeba, onde fica o acesso, reclamam que o espaço virou ponto de consumo de drogas à noite, porque não há iluminação. "É muito perigoso, enche de gente", afirma o eletricista Sidnei Koja, de 37 anos. A reportagem encontrou pinos de cocaína pelo chão. O Metrô não se manifestou sobre o assunto. A Linha 15 custará R$ 6,4 bilhões para ser construída. 

Primeiro trecho da Linha 15-Prata do monotrilho será aberto neste sábado

G1 SP

O primeiro trecho do primeiro monotrilho de São Paulo, a Linha 15-Prata, entre as estações Vila Prudente e Oratório, estará aberto à visitação a partir deste sábado (30), das 10h às 15h. O trecho tem 2,9 km de extensão. Nessa fase inicial, a visita, sempre aos sábados e domingos, do público será controlada.

Esta operação conta com a assistência de técnicos das diversas áreas operacionais do Metrô para fazer os últimos acertos antes da operação comercial, cuja previsão de início é em 60 dias. O primeiro trecho, entre Vila Prudente e Oratório, atenderá 13.300 passageiros por dia.

O Metrô vai aproveitar para realizar campanha educativa sobre a utilização do monotrilho por meio de avisos sonoros e comunicação visual, com dicas de como usar o novo sistema de forma segura e adequada. As equipes de operação também estarão à disposição para orientar e auxiliar os novos usuários da Linha 15.

O acesso à estação Vila Prudente fica na Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello, esquina com a Rua Cavour, ao lado da Linha 2-Verde. Já a entrada da estação Oratório será feita pela Avenida do Oratório, 165.

A segunda fase da Linha 15-Prata ligará a estação Oratório a São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, com extensão de 10,1 km e oito estações. Já o terceiro e último trecho terá 11,4 km e sete estações, ligando São Mateus e o Hospital Cidade Tiradentes. Nesta etapa também está contemplada a extensão de 2,1 km da linha até o Ipiranga, fazendo a conexão com a estação Ipiranga da CPTM (Linha 10-Turquesa).

Quando concluída, a Linha 15-Prata terá 26,6 quilômetros de extensão, 18 estações e dois pátios de estacionamento e manobra de trens. A previsão é de que 520 mil passageiros sejam atendidos por dia, em média.

Novas estações

Já a estação Fradique Coutinho, da Linha 4- Amarela do Metrô deve será entregue no fim do próximo mês, a previsão inicial é dia 25 de setembro. Já a estação Oscar Freire deve ser entregue no fim deste ano e a estação Higienópolis até março de 2015.

Explosão

Na madrugada de 29 de junho, quatro pessoas não identificadas tentaram explodir uma das colunas da obra do monotrilho da Linha 15-Prata, segundo investigação da Polícia Civil. O incidente ocorreu em um trecho mais adiante, na Avenida Sapopemba, altura do nº 10.200.

Duas bananas de dinamite e 2 m de pavio de pólvora foram afixados com fita adesiva a um dos pilares na Av. Sapopemba.

Policiais ouvidos pelo G1 disseram que, no material apreendido, não havia um detonador. O caso foi registrado como tentativa de explosão no 69º Distrito Policial (DP), Teotônio Vilela. Depois, seguiu para investigação do 70º DP, Vila Ema,  e agora está sob responsabilidade da Delegacia do Metropolitano.

Além de policiais, vigilantes da obra e testemunhas disseram à equipe de reportagem que suspeitam que a tentativa de explosão da coluna do monotrilho não foi realizada por criminosos profissionais. Para eles, quem afixou os cartuchos explosivos não tinha conhecimento do seu poder de detonação.

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