quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Empresa tem até o fim de fevereiro para retomar obra na Linha 4 do Metrô

19/02/2015 - G1 SP / O Estado de SP

O Metrô determinou ao consórcio Isolux Córsan-Corviam que retome as obras das estações da Linha Amarela até o final de fevereiro sob pena de rompimento de contrato. O Metrô vai se reunir com o Banco Mundial, financiador da obra, para discutir a questão nas próximas semanas. A empresa culpa o Metrô, do governo do estado, pelo atraso. As estações deveriam ser concluídas em 2009.

Trabalhadores disseram à reportagem do Bom Dia São Paulo que estão sem atividades há cerca de cinco meses. "A gente bate cartão e fica dentro da empresa sem fazer nada", disse um funcionário, que trabalhava onde será construída a futura estação Frei Caneca, na Zona Oeste da capital paulista.

No canteiro da futura estação Oscar Freire há um cartaz que anuncia o custo da obra de R$ 172 milhões, mas não informa o prazo para terminar. De cima de um prédio, uma equipe do SPTV fez imagens dos funcionários sem fazer nada, mas mesmo assim ficam na obra das 7h às 17h. Também era possível ver madeira apodrecendo, cimento estragado e vergalhões enferrujando.

A Linha 4-Amarela terá 11 estações ao longo de 13 km, da Luz até a Vila Sônia, na Zona Sul. A obra começou em 2004, mas até agora só sete estações foram entregues, a última, Fradique Coutinho, ficou pronta no final do ano passado.

Na futura Estação Higienópolis-Mackenzie, as obras começaram em 2012, pararam no ano passado e o tapume permanece fechado. Na estação Morumbi, as detonações mal começaram e já pararam, e na Vila Sônia há apenas material estocado.

O consórcio Isolux Córsan-Corviam diz que empresas contratadas pelo Metrô atrasaram a entrega dos projetos e isso aumentou o prazo da obra em 50%. A empresa diz ainda que o Metrô demora para aprovar serviços que não estavam no contrato inicial e que estes atrasos impactaram nos custos de pessoal, equipamentos e materiais. A empresa nega que haja cimento estragado.

O Metrô diz que o consórcio recebeu todos os projetos necessários para o andamento e airmou ainda que para vencer a licitação, que é de 2012, o consórcio Isolux Córsan-Corviam ofereceu um desconto de até 42% no preço sugerido e que, desde o começo, ficou desconfiado de que a construtora não conseguiria cumprir o combinado. Como o consórcio apresentou toda a documentação exigida, o Metrô se viu obrigado a aceitar o negócio.

O Estado de SP

Governo Alckmin dá prazo para retomada de obra da Linha 4

São Paulo - O governo Geraldo Alckmin (PSDB) deu prazo até o fim do mês para que o consórcio Isolux-Corsán-Corviam retome as obras da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo. A construção do ramal está parcialmente parada ao menos desde novembro de 2014, como mostrou o Estado. Se as obras não voltarem ao ritmo normal, os contratos de quase R$ 560 milhões do empreendimento poderão ser rescindidos. O Metrô informou que já multou a empreiteira, que nega ter sido autuada.

O imbróglio entre o governo e o consórcio se arrasta há meses e pode atrasar a entrega das futuras Estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie. As duas últimas são as únicas que o Metrô vinha prometendo entregar neste ano. Todas elas estão atrasadas em relação ao cronograma original das obras da Linha 4, que previa a sua abertura completa, com 11 estações, em 2009 (a construção se iniciou em 2004). Até hoje, sete paradas foram inauguradas, a última delas em outubro.

De um lado, o Metrô põe a culpa no consórcio, que não estaria conseguindo honrar o cronograma estipulado nos contratos dos dois lotes em que se divide a chamada segunda fase da construção da Linha 4-Amarela. Do outro, o consórcio Isolux-Corsán-Corviam diz que o Metrô é o responsável pelo atraso, por uma suposta demora na entrega dos projetos executivos.

Até que o impasse seja resolvido, os canteiros das futuras estações permanecem praticamente vazios. Apenas alguns funcionários da Isolux comparecem aos locais das obras, para bater o ponto. No espaço onde ficará a entrada principal da Estação Oscar Freire, um guindaste está parado. No quarteirão vizinho, a escavações iniciadas para o acesso secundário da parada viraram um estacionamento improvisado para alguns carros.

O Metrô informou, por meio de nota, que acionou o consórcio por causa da redução do número de funcionários e do ritmo das obras. O Metrô divulgou ainda que o consórcio "já recebeu do Metrô todos os projetos executivos necessários para o prosseguimento das obras".

Mas o Isolux-Corsán-Corviam sustentou, também por meio de nota, que "atrasos na entrega e definição dos projetos executivos, por parte do Metrô", levaram a um "desequilíbrio econômico-financeiro das obras da Linha 4", o que fez o consórcio adotar "grandes esforços para reajustar seu fluxo de pagamentos".

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