quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Governo de SP concederá 15 terminais integrados ao Metrô por 40 anos

17/08/2017 - Istoé

Estadão Conteúdo


O governo do Estado de São Paulo lança nesta quinta-feira, 17, um edital para conceder à iniciativa privada 15 terminais de ônibus integrados a estações das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô. É uma transferência por 40 anos da gestão das paradas, com a autorização para o novo concessionário verticalizar as áreas dos terminais e alugar esses espaços, mas com a obrigação de que, terminado esse prazo, as melhorias retornem para o poder público.

A licitação será de lote único. Vencerá o processo empresa ou consórcio que oferecer a maior contrapartida ao Estado – a remuneração tida como base é de R$ 309 mil por mês ou 3% do faturamento bruto do concessionário que assumir os terminais. Ele ficará encarregado de arcar com custos fixos, como energia, limpeza e manutenção, e poderá explorar comercialmente os espaços.

Os terminais incluídos no edital são Parada Inglesa, Santana, Armênia e Ana Rosa, da linha 1-Azul, e Artur Alvim, Patriarca norte, Vila Matilde norte, Penha norte, Carrão norte, Carrão sul, Tatuapé norte, Tatuapé sul, Brás, Barra Funda sul e Barra Funda turístico da Linha 3-Vermelha. Em sete deles, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) prevê a construção de edifícios. Ao todo, os terminais têm uma área de 115 mil m².

As regras para a verticalização são as mesmas válidas para os terminais de ônibus da São Paulo Transporte (SPTrans), aprovadas no Plano Diretor Estratégico de São Paulo. Assim, o concessionário poderá construir uma área de até quatro vezes a metragem dos terminais.

“Essas estações poderão ter uso misto, com apartamentos residenciais locáveis nos andares mais altos, salas comerciais nos médios, lojas e espaços de convivência e alimentação nos inferiores. Nos sete terminais edificáveis, o projeto permite uma área mínima de construção de aproximadamente 85 mil metros quadrados e prevê um investimento mínimo de R$ 270 milhões”, informou a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, por nota.

Titular da pasta, o secretário Clodoaldo Pelissioni afirma que a proposta retira do Metrô os custos de operar os terminais, estimados em R$ 24 milhões por ano. Esse recurso deverá ser transferido para custear gratuidades do transporte, como o passe para idosos.

Diferença

Proposta parecida foi anunciada anteontem pela Prefeitura de São Paulo, que abriu processo para recolher estudos para a concessão de 24 terminais de ônibus. O anúncio do governo Alckmin difere porque o que está sendo lançado já é o edital para a concessão dos terminais – algo que a Prefeitura só deve fazer no fim do ano.

Outra diferença é que, no caso da Prefeitura, o concessionário terá direito de vender espaços dos prédios a serem construídos. Já o Metrô terá direito de reaver esses imóveis daqui a 40 anos, quando a concessão terminar. “Assim o poder público pode pegar a valorização vinda com esses investimentos de volta”, afirma Pelissioni. O secretário espera o fim da licitação ainda neste ano.

Para o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, professor da Faculdade de Belas Artes, a verticalização nos locais dos terminais é positiva para a cidade, mas precisa ser bem planejada e comandada pelo governo para que a concessão possa melhorar o desenvolvimento social da região. “Grandes cidades do mundo, como Tóquio, fazem isso há décadas, envolvendo as estações por grandes equipamentos de consumo, habitações e centros empresariais. Mas é importante ter as contrapartidas bem dimensionadas para que não vire um negócio meramente mercantil”, disse.

Segundo Nakano, a melhor forma de explorar o espaço aéreo dos terminais é combinar prédios de uso misto (residencial e comercial), como prevê o edital do governo, com equipamentos públicos como escolas e hospitais, seguindo as diretrizes do Plano Diretor. “Cabe ao poder público e não à iniciativa privada identificar o potencial de cada região.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


sábado, 12 de agosto de 2017

Metrô de SP assina concessão de publicidade por R$ 375 milhões

10/08/2017 - Exame

A multinacional JCDecaux, que atua em metrôs como o de Nova York, nos EUA, e Santiago, no Chile, ficará 10 anos com os direitos de publicidade em SP

Por Estadão Conteúdo

Metrô de SP
Metrô: o acordo faz parte de uma estratégia de arrecadação (Metrô de SP/Facebook/Divulgação)

São Paulo – O Metrô de São Paulo assina na tarde desta quinta-feira, 10, um contrato para a concessão por 10 anos nos espaços publicitários da maior parte da rede — as Linha 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha — com a empresa multinacional JCDecaux (que faz esse serviço em metrôs como o de Nova York, nos EUA, e Santiago, no Chile).

A previsão é que a empresa invista R$ 20 milhões para reformar painéis publicitários e instalar painéis eletrônicos. A empresa terá de pagar uma outorga de R$ 375 milhões ao Metrô durante o prazo de concessão.

“Ao trabalhar com a maior e mais renomada empresa mundial na gestão publicitária dos maiores metrôs do mundo, temos certeza que a oferta de mídia do Metrô de SP vai se tornar uma referência no Brasil. Nosso objetivo é melhorar a experiência dos nossos passageiros e modernizar nossas estações no que diz respeito à comunicação visual, entendendo que este contrato refletirá exatamente esta diretriz”, diz o presidente do Metrô, Paulo Menezes Figueiredo.

A multinacional venceu um pregão eletrônico realizado em 26 de junho que teve, de acordo com o Metrô, outras duas concorrentes e, ao todo, 230 lances.

“O contrato envolve a exploração de 52 das 61 estações hoje administradas pela Companhia do Metrô, englobando todas as estações das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.

Em paralelo, a empresa francesa também obteve uma Carta de Autorização para a comercialização da publicidade das atuais sete estações da Linha 5-Lilás, durante os próximos seis meses, até a concessão deste ramal à iniciativa privada”, diz o Metrô, em nota.

De imediato, a JCDecaux passa a administrar os painéis publicitários já existentes na rede — como o grande painel eletrônico fixado nosvãos da Estação da Sé.

“A segunda será uma fase de transição das peças atuais para as novas estruturas, com a instalação de equipamentos no tamanho padrão de mobiliário urbano ou grandes formatos, dependendo da disponibilidade nas estações e fluxo de passageiros”, afirma o Metrô. Numa terceira fase, com data ainda não informada, a empresa de publicidade fará um novo plano de mídia na rede metroviária.

A melhoria da exploração publicitária é uma das estratégias anunciadas pelo Metrô no começo do ano para enfrentar dificuldades financeiras, ocasionada pela crise econômica e pelo desemprego, que reduziu o número de passageiros no sistema.

Por causa desse cenário, em 2016 os recursos da empresa para investimento tiveram queda de 30% em relação a 2015, de R$ 3,3 bilhões para R$ 2,34 bilhões.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Pesquisa Origem e Destino do Metrô de São Paulo chega à 6ª edição

07/08/2017 - Metrô CPTM

Realizado há 50 anos, levantamento é responsável por traçar as estratégias de implantação da malha metroviária, mas vai além muito além disso

Ricardo Meier

Pesquisa OD: 32 mil domicílios visitados (Metrô)

Desde a semana passada, um verdadeiro exército de 1.200 pesquisadores está espalhado pela região metropolitana de São Paulo com uma missão, saber para onde, quando e como os moradores se deslocam pelos inúmeros municípios que compõem a macrometrópole. Parece um trabalho rotineiro, mas não é. A Pesquisa Origem e Destino realizada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo, mais conhecida como “Metrô”, ocorre apenas pela 6ª vez em 50 anos. O intervalo estipulado pela empresa para notar mudanças na forma como as pessoas se deslocam nessa grande mancha urbana é de 10 anos, mas recentemente uma pesquisa de mobilidade, mais simples, passou a ser feita após cinco anos para alinhar alguns dados.

O desafio é imenso: o Metrô estima necessitar de 32 mil questionários válidos respondidos para que a pesquisa se torne confiável. Por isso é preciso visitar muitos domicílios afinal até mesmo crianças da família entram na conta. Com os dados tabulados, forma-se uma enorme radiografia da mobilidade na capital e nas cidades em seu entorno, além do fluxo que vem para a região oriundo de cidades do interior e litoral e também por via aérea.

A Pesquisa OD, como também é conhecida, tem uma importância fundamental no planejamento do Metrô. É graças a ela que a empresa consegue dimensionar as futuras linhas a serem construídas e saber que infraestrutura será necessária. Imagina-se o risco que seria estimar uma demanda menor do que a real quando uma linha é entregue. Por essa razão até mesmo deslocamentos a pé, de bicicleta ou por aplicativos de carona como o Uber, entram na conta, embora sejam considerados percursos com mais de 500 metros.

Mas não é apenas o Metrô que se beneficia dos dados, que são públicos, aliás. Outras empresas como a SPTrans, que administra a rede de ônibus em São Paulo, e mesmo o mercado imobiliário fazem uso dessas informações para traçar suas estratégias.

15 minutos de resposta

Trata-se, no entanto, de um assunto delicado e por isso é importante esclarecer que o teor da pesquisa é criptografado e mantido em sigilo. O Metrô, inclusive, busca se cercar de várias medidas de segurança para que o entrevistado possa responder as perguntas sem receios. Escolhidos por amostragem, os moradores são avisados por uma carta formal da empresa sobre a visita e podem agendá-la com antecedência. Nesta edição, a empresa aprimorou o sistema ao introduzir os tablets para respostas, enviadas para um servidor assim que a pesquisa é concluída. Além disso, o entrevistado recebe uma contrassenha que deverá ser respondida pelo entrevistador, como forma de garantir sua procedência.

A preocupação com a segurança tem razão de ser. Muita gente acaba evitando a pesquisa se não ter certeza que pode se tratar de alguma fraude ou golpe. Para isso, o Metrô disponibiliza um telefone para que o entrevistado possa confirmar as informações do pesquisador. O tempo de resposta para cada morador é de cerca de 15 minutos.

Basicamente, o Metrô procura saber quais e quantos são os deslocamentos, detalhando inclusive quais modais são usados para isso – exemplo, andar até o ponto de ônibus, ir até uma estação do Metrô e de lá até o trabalho. Deslocamentos oriundos de fora da região são contabilizados pelas estradas. Se o motorista tem como destino algum dos municípios da Grande São Paulo ele é parado pela Polícia num ponto seguro e convidado a responder as perguntas.

Uniforme dos pesquisadores do Metrô(Divulgação)

Espera-se que, com a adoção do tablet, o tempo gasto na pesquisa seja menor do que na edição anterior. Ainda assim, o Metrô estima precisar vistar mais do que o dobro dos 32 mil domicílios necessários para dar confiabilidade ao resultado – que tem uma margem de erro de 10% após 20 anos da sua realização.

Nesta edição, o Metrô divulgará uma campanha sobre a Pesquisa OD utlizando como símbolo um cachorro. A ideia é passar a mensagem que seu cão da casa aprova a pesquisa, o morador também deve receber bem o pesquisador. Veja a seguir alguns dados interessantes obtidos nas pesquisas anteriores:

Em 2012, foram realizadas diariamente 43,7 milhões de viagens na região metropolitana, volume 15% maior que o levantado em 2007, para um aumento de 2% na população no período.

Do total de viagens diárias, 68% foram feitas por modos motorizados e 32% por modos não-motorizados. No período 2007-2012, houve maior aumento das viagens motorizadas que cresceram 18%, do que das viagens não-motorizadas que cresceram 8%.

O índice de mobilidade passou de 1,95 para 2,18 viagens diárias por habitante, enquanto que o índice de mobilidade motorizada passou de 1,29 para 1,49 viagens diárias no período 2007-2012.

A frota de automóveis particulares cresceu 18% no período 2007-2012, resultando em uma taxa de motorização de 212 veículos por mil habitantes. As viagens de automóvel tiveram aumento expressivo nas faixas intermediárias de renda mensal familiar (entre R$ 1.244,00 e R$ 4.976,00).

Entre os modos coletivos, houve aumento da participação dos modos sobre trilhos de 12% para 15% (metrô – de 9% para 11% – e trem – de 3% para 4%) e queda na participação do modo ônibus como modo principal, de 36% para 32%. As viagens por trem aumentaram de 815 mil para 1.141 mil no período considerado, significando crescimento de 40%. As viagens de metrô cresceram 38% (de 2.223 mil para 3.219 mil). Entre os modos individuais, a participação do automóvel permaneceu estável (41% em 2007 para 42% em 2012).

As viagens de metrô com uma transferência modal aumentaram sua participação de 55% em 2007 para 58% em 2012. As viagens exclusivas de trem diminuíram a participação de 20% para 14% e as viagens com duas transferências tiveram acréscimo na participação de 29% para 37%, no mesmo período.

Em relação à flutuação horária das viagens, o pico do meio-dia superou os picos da manhã e tarde, devido às viagens a pé e bicicleta.

Ocorreram mudanças também no transporte não-motorizado: queda de participação no total de viagens entre 2007 e 2012 (de 34% para 32%), especialmente nas viagens por motivo educação (queda de 7.291 mil viagens para 6.928 mil viagens), que passaram a ser realizadas mais por transporte escolar (de 1.308 mil para 1.973 mil) e automóvel (de 2.251 mil para 2.615 mil). Consequentemente, o índice de mobilidade por modo não-motorizado entre crianças e adolescentes (de 4 a 17 anos) também caiu.

domingo, 6 de agosto de 2017

Metrô de São Paulo inicia retomada das obras da linha 6-Laranja

04/08/2017 - Metro Jornal

O governo de São Paulo afirmou nesta sexta-feira que serão retomadas as obras da linha 6-Laranja do Metrô. Parado há quase 1 ano, o projeto deve voltar a ser tocado até o fim de 2017.

Quando ficar pronta, a chamada “linha das universidades” vai ligar a Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, no centro, com integração com a linha 1-Azul. No futuro, será feita a integração com a linha 13-Jade até o aeroporto de Guarulhos.

Investigadas na Lava Jato, as empresas inicialmente responsáveis – Odebrecht, Queiróz Galvão e UTC – não conseguiram financiamento no BNDES, o que obrigou o governo do Estado a buscar uma nova parceria.

Em nota, a Secretaria dos Transportes explicou que o recebeu uma proposta de uma empresa internacional para assumir as obras da linha 6-Laranja e que aguarda o prazo de 60 dias para poder divulgar os detalhes.

Confira a nota na íntegra:

A Move São Paulo comunicou à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM), na última quinta-feira (27), que recebeu proposta de uma empresa internacional interessada em adquirir a concessão da linha 6-Laranja de metrô de São Paulo.

Caso o acordo tenha êxito, o governo não precisará relicitar e as obras serão retomadas ainda neste semestre.

“Trata-se de uma das maiores construtoras do mundo, com total capacidade para obter financiamento. Por isso, estamos confiantes de que o desfecho será favorável”, afirma o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.

A negociação, de caráter confidencial, tem validade de 60 dias. Por essa razão, a concessionária solicitou à STM este prazo para a conclusão das análises jurídica, financeira e técnica da oferta.

A implantação da linha 6-Laranja teve início em janeiro de 2015 e, em 2 de setembro do ano passado, por decisão unilateral, a Move São Paulo, única responsável pela implantação do trecho, informou a paralisação integral das obras civis, alegando dificuldades na obtenção de financiamento de longo prazo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Nos termos do contrato de concessão, a concessionária é a única responsável pela obtenção dos financiamentos necessários ao desenvolvimento dos serviços delegados. Não há pendências do Governo do Estado junto à concessionária que impeçam a retomada das obras, cuja execução atingiu 15%. Foram aportados pelo Governo do Estado até o momento R$ 694 milhões para pagamento de obras civis e R$ 979 milhões para pagamento das desapropriações de 371 ações.

A STM tem tomado todas as medidas legais previstas em contrato para que a Move São Paulo retome e conclua as obras da linha 6, que ligará Brasilândia, na zona norte da capital, à estação São Joaquim, na região central. Até o momento a pasta já aplicou multas que somam R$ 27,8 milhões.

Caso o atual concessionário não consiga dar prosseguimento às obras, o Governo do Estado poderá decretar a caducidade do contrato e iniciar um novo processo licitatório respeitando os devidos prazos legais.

Secretaria dos Transportes Metropolitanos – Assessoria de imprensa