sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Monotrilho renova apostas imobiliárias na zona sul

25/09/2014 - Folha de SP

A zona sul soma o maior número de imóveis lançados e ainda à venda em São Paulo, fechando o primeiro semestre deste ano com 7.218 unidades, de acordo com dados do Secovi-SP.

Entre os bairros com mais oportunidades estão Vila Andrade, Ipiranga, Campo Belo e Vila Mariana.

Em diferentes estágios de verticalização, boa parte dos bairros terá o fôlego revigorado devido à facilidade de acesso com as futuras estações do monotrilho.

A região receberá a linha 17-ouro, que ligará o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi, da linha 9-esmeralda da CPTM.

A estimativa é que o trecho da estação Jardim Aeroporto até a da Morumbi, que inclui as estações Congonhas, Brooklin Paulista, José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan, seja entregue em 2016.

"A região já é muito desejada devido à rede de serviços e infraestrutura", afirma Marcelo Dzik, diretor de incorporação da Even. "Agora, a expansão do transporte público vai pode trazer melhorias e mais valorização."

Na avaliação das construtoras, o Campo Belo e o Brooklin são vistos como alternativas a Moema, que é ainda mais caro e consolidado, com menos terrenos disponíveis a novos projetos.

Fábio Sousa, diretor comercial da construtora Esser, lembra que em bairros mais caros, como em Moema e Itaim Bibi, há estúdios na faixa de R$ 1 milhão. "Por esse valor, é possível achar apartamentos bem maiores, de cerca de 100 m² no Campo Belo."

PERFIS DISTINTOS

Segundo estudo da empresa de monitoramento imobiliário Geoimovel, o preço médio do metro quadrado no Campo Belo é de R$ 13.076. Após um grande volume de lançamentos recentemente, o bairro é o terceiro com mais unidades novas à venda na zona sul, com 346 imóveis.

Já o vizinho Brooklin soma 311 apartamentos prontos ou na planta à venda e o valor do metro quadrado está em R$ 12.471. Os perfis dos projetos, no entanto, são distintos: no Campo Belo, a configuração é mais familiar (unidades maiores) e o padrão, mais elevado, enquanto no Brooklin, há maior variedade de produtos, com metragens mais variadas, que atendem tanto solteiros quanto jovens casais que trabalham na área.

"A região tem boa oferta de estúdios e apartamentos de um dormitório, no máximo dois dormitórios. Eles atendem recém-casados e profissionais da região da avenida Berrini e da Água Espraiada", afirma Felipe Coelho, superintendente comercial da incorporadora You, Inc.

Fonte: Folha de S. Paulo
Publicada em:: 25/09/2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Obras da Estação Fradique Coutinho atrasam de novo

25/09/2014 - O Estado de SP

SÃO PAULO - Operários trabalhavam freneticamente nesta quarta-feira, 24, para finalizar a Estação Fradique Coutinho, a sétima da Linha 4-Amarela (Butantã-Luz). Prevista para ser entregue nesta quinta, conforme promessa feita no mês passado pelo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, a parada de metrô será concluída no próximo mês. A obra começou em 2005 e tinha previsão inicial de entrega para 2010.

Na esquina das Ruas Fradique Coutinho e dos Pinheiros, na zona oeste, trabalhadores corriam para entregar a estação ainda nesta semana. "Deve abrir no sábado", disse um operário. Outro informou que a abertura será na segunda-feira. Um engenheiro afirmou que a parada ainda vai precisar passar por uma bateria de testes operacionais, realizados pela concessionária ViaQuatro, antes de abrir ao público.

Na noite de terça-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou em seu Twitter a nova previsão de abertura. "Vamos entregar a Estação Fradique Coutinho em outubro e a Oscar Freire e a Higienópolis-Mackenzie em março." Em nota, o Metrô afirmou que, "como informado pelo secretário, as obras civis serão concluídas até o final desta semana".

Nesta quarta, um grupo de trabalhadores usava uma britadeira para quebrar a calçada antiga na entrada principal. Outros técnicos punham placas de vidro na fachada, enquanto as luminárias da entrada secundária eram instaladas. Terra e plantas para o paisagismo do lado de fora da estação estavam amontoados na calçada.

"De dois meses para cá, aumentaram muito o ritmo da obra. É o que faz a eleição", disse o gerente comercial Uri Benedykt, de 34 anos, que trabalha perto da futura estação. "A construção parece que ficou parada durante um bom tempo. De repente, voltaram com tudo", afirmou Ivanilse Freitas, de 32 anos, que trabalha há 13 em um restaurante vizinho.

A dona de casa Ruth Medina, de 90 anos, vive em uma casa vizinha à construção. Ela disse que há cerca de um mês a obra emite ruídos à noite. "Pensei que a estação fosse abrir antes, está demorando."

Roxo e amarelo.Como nas outras paradas da Linha 4, a Estação Fradique Coutinho terá cores quentes na fachada. Misturado ao amarelo das pastilhas que recobrem parte da estrutura, as portas e os quebra-sol são na cor roxa, assim como o telhado.

Quando for aberta, a Fradique Coutinho será a 66.ª estação do sistema metroviário, que tem 75,5 quilômetros de extensão - além de outros 2,9 km de monotrilho. Não será acrescentado nenhum quilômetro à rede, pois a parada fica em um trecho da Linha 4 aberto desde 2010.

As próximas estações devem abrir em março de 2015.

Linha 6 do Metrô já provoca valorização de até 30% em imóveis da zona norte

25/09/2014 - O Estado de SP

SÃO PAULO - As obras da Linha 6-laranja do Metrô, em São Paulo mal começaram, mas já começaram a mexer com os preços dos imóveis das regiões ao longo do trajeto. Corretores de imobiliárias ouvidos pelo Estado confirmam a valorização dos imóveis especialmente na Freguesia do Ó, Morro Grande e Brasilândia, com alta de até 30%.

"Já estamos sentindo as pressões de valorização", afirma o vice-presidente de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Ricardo Yazbek. Segundo ele, a valorização pode se estender em um raio de até 600 metros da estação do metrô.

Segundo especialistas do mercado imobiliário, a chegada metrô costuma provocar valorização dos imóveis por até dez anos após a inauguração das estações.

O canteiro de obras da nova linha já foi instalado na avenida Santa Marina próximo à Marginal do Tietê, na zona Norte. As obras já deveriam ter sido iniciadas, mas enfrentam questionamentos na justiça.

"São Paulo tem 7 milhões de veículos licenciados e 11 milhões de habitantes, e cada vez mais as pessoas se preocupam em buscar imóveis que estejam próximos a linhas de transporte", afirma Yazbek.

A linha 6-Laranja irá da estação São Joaquim, no bairro da Liberdade, até a Brasilândia, na Zona Norte. Passará pela Bela Vista, região central da capital, Higienópolis, Perdizes e Pompéia. Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, a tendência é que não haja valorização dos imóveis em Higienópolis. "O preço já é muito alto e parte dos moradores não estavam querendo o metrô."

Em 2011, quando o trajeto da linha foi anunciado, reclamações de moradores que não queriam uma estação no bairro motivaram protestos de grupos favoráveis ao metrô.

A corretora Joana Boaventura afirma que o aumento do preço dos imóveis na Freguesia do Ó, desde o anúncio da chegada do metrô este ano, foi de 20% e o metro quadrado, hoje, custa cerca de R$ 2.500. Para o corretor Vicente Navarro, a valorização trouxe problemas. "Para nós, está até mais difícil negociar. Avaliamos com um preço, mas o proprietário quer mais, por causa da nova linha do metrô."

Na capital, os preços do mercado imobiliário estão subindo de forma 'mais comportada', segundo Yazbek. Entre 2007 e 2011, a aceleração foi grande e teve seu pico. "De 2011 para 2014, o aumento está próximo da inflação. Mas não houve queda de preço."

O metro quadrado paulista é o segundo mais caro do Brasil. Ele fica atrás de imóveis nas Avenidas Delfim Moreira e Vieira Souto, no Leblon e em Ipanema, respectivamente, no Rio de Janeiro, onde o metro quadrado mais caro pode custar cerca de R$ 55 mil.

No bairro da Vila Nova Conceição e em algumas ruas dos Jardins e de Higienópolis, o metro quadrado chega a ser avaliado em cerca de R$ 30 mil. Alguns bairros da zona norte, Parelheiros e Guianases têm a área mais barata da cidade: entre R$ 2.500 e R$ 3 mil por metro quadrado. A média da capital fica em R$ 7.500.

"Há um desejo natural das pessoas de procurar locais que tenham infra-estrutura, que possa fazer vida na cidade mais fácil. Um bairro que tenha padaria, comércio, serviço, educação e saúde no entorno é mais valorizado, pela comodidade", explica Yazbek.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

40 curiosidades sobre o Metrô de São Paulo

14/09/2014 - O Estado de S. Paulo

O Metrô de São Paulo completa 40 anos de operação neste domingo. Confira curiosidades:

1. Antes de inaugurar. A primeira vez que um trem trafegou pelo subterrâneo paulistano foi dois anos antes, em 6 de setembro de 1972. Era um teste. A máquina havia chegado a São Paulo poucos dias antes, em 20 de agosto. Coube a Antonio Aparecido Lazarini, então com 20 anos e um dos primeiros funcionários da companhia, a honra de ser o operador do pequeno trajeto de 400 metros, do pátio até a Estação Jabaquara - cerca de 2 minutos. No veículo, aproximadamente 10 passageiros, entre chefes e funcionários.

2. Ideia antiga. Em 1927, na São Paulo orgulhosa da riqueza do café e dos casarões da Avenida Paulista, ventilou-se pela primeira vez a necessidade de transporte subterrâneo sobre trilhos. "Como único meio de eliminar o congestionamento do Triângulo (região central da cidade), recomendamos que se dê início a um sistema subterrâneo e de linha em planos diferentes para ser propriedade da cidade e pago por um pequeno incremento nas passagens, devendo a própria seção ser uma estação subterrânea no Largo da Sé e uma linha em direção leste", escreveu o Estado em 2 de setembro daquele ano.

3. A empresa. Em 24 de abril de 1968 foi formada oficialmente a Companhia do Metropolitano de São Paulo. "Inicia-se hoje uma empresa destinada a ombrear-se, dentro de pouco tempo, com as maiores da América Latina", discursou, na ocasião, o prefeito Faria Lima.

4. Design de ponta. Os arquitetos e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) João Carlos Cauduro e Ludovico Martino fundaram, em 1964, o escritório Cauduro Martino. Em 1967, a empresa desenvolveu o projeto que norteou a identidade visual do Metrô, da marca até as sinalizações das estações.

5. Museu. Há muita arte no subterrâneo paulistano. Desde 1978, o Metrô tem obras de artistas renomados em suas estações, expostas ao público. O projeto começou com a instalação de três trabalhos na Estação Sé: um mural de Renina Katz e duas esculturas, uma de Alfredo Ceschiatti, outra de Marcelo Nitsche. Hoje são 91 obras espalhadas pela rede, a mais recente é a escultura O Descanso da Sala, de José Spaniol, colocada neste ano na Estação Alto do Ipiranga.

6. Primeirona. A primeira estação a ser construída foi a Jabaquara, cuja inauguração ocorreu há 40 anos. Ela é o marco zero do metrô paulistano.

7. Última. Já a mais recentes é a Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás. Foi inaugurada em 12 de fevereiro, em horários limitados. Passou a operar de forma plena no dia 4 de agosto.

8. Coming soon. A próxima estação que deve ser inaugurada, de acordo com a companhia, é a Fradique Coutinho, da Linha 4-Amarela. Deve começar a funcionar ainda neste ano.

9. Muita gente. A estação mais movimentada é a Sé, no centro, ponto de intersecção entre as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha. Recebe, diariamente, 603 mil pessoas, considerando apenas dias úteis.

10. Pouca gente. Por outro lado, sossego tem quem usa a Estação Chácara Klabin, da Linha 2-Verde. Por ali circulam 13 mil pessoas por dia.

11. Integração. Foi só a partir de 27 de maio de 2000 que o passageiro que precisa usar trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) passou a ter gratuidade de um sistema para outro, nas estações em que eles se encontram. Atualmente, são oito estações que têm intersecções: Luz (Linha 1-Azul), Tamanduateí (Linha 2-Verde), Pinheiros (Linha 4-Amarela), Santo Amaro (Linha 5-Lilás) e Corinthians-Itaquera, Tatuapé, Brás e Palmeiras-Barra Funda (Linha 3-vermelha).

12. Pequeníssimo. Quando começou a operar, o Metrô circulava apenas por 6,4 km, entre as Estações Jabaquara e Vila Mariana. No início, o transporte era oferecido somente de segunda a sexta, das 9h às 13h.

13. Para poucos. Em 1974, a companhia registrou média diária de apenas 2.858 passageiros.

14. Velhinho na ativa. O primeiro trem do Metrô de São Paulo foi o A33, produzido pelo Consórcio Budd/Mafersa. Ele ainda está em operação.

15. Preço da passagem. Em 1974, o bilhete do Metrô custava Cr$ 1,50.

16. Frota. Em 1974, o Metrô tinha 25 trens. Atualmente, a frota é composta por 164 trens.

17. Equipe inicial. Quando iniciou as operações, o Metrô tinha 3 mil funcionários administrativos e 7 mil operários.

18. Equipe atual. O número se mantém praticamente igual. A companhia conta com 9.579 empregados.

19. Uniformes. Estilosos, os primeiros uniformes do Metrô traziam a composição vinho e bege, seguindo a moda dos anos 1970. A calça vinho tinha "boca larga". A camisa, bege, era bem justa e tinha os colarinhos longos. Foi o uniforme oficial da companhia de 1974 a 1989.
20. Rapidez. Se o paulistano de 1974 decidisse percorrer a totalidade da linha do Metrô, gastaria apenas 12 minutos.

21. Na mão. Poucos passageiros, poucas estações, apenas uma linha. Assim era o trabalho do controlador de Metrô em 1974. A operação era manual. Os profissionais usavam uma lousa de metal com o sistema dos trens e imãs, representando os veículos, para controlar todo o movimento da linha.

22. Na madrugada. É depois da meia-noite que o trabalho de conservação e manutenção do Metrô é realizado. Nas pouco mais de 4 horas em que o Metrô fica sem operar, trens, equipamentos e instalações do sistema são inspecionados preventivamente por uma equipe de funcionários. "Caso seja detectada alguma peça com desgaste ou fora dos padrões de segurança, o Metrô realiza a substituição", informa a companhia.

23. Equipamentos. A operação é dividida em duas categorias: material rodante (trens) e equipamentos fixos (túneis e vias). Pontos estratégicos das linhas contam com bases de manutenção. Isso facilita o deslocamento das equipes para os chamados "equipamentos fixos". Os trens são deslocados para pátios de manutenção, que têm estruturas específicas para serem analisados, como valas, pontes rolantes e linhas de teste.

24. Pátios de manutenção. São três: Jabaquara, Itaquera e Capão Redondo. Eles abrigam a administração geral da manutenção e neles se desenvolvem atividades como manutenção preventiva e corretiva dos trens; reparo de equipamentos em oficinas mecânicas, elétricas e eletrônicas; recebimento, inspeção e armazenagem de materiais em almoxarifados.

25. Nos trilhos. De acordo com a necessidade, o Metrô pode substituir até 450 metros de trilhos em uma noite. A média mensal de substituição é de 700 metros, considerando as quatro linhas operadas pela companhia (1, 2, 3 e 5).

26. Controle. Em revezamento 24 horas por dia, 137 operadores e 10 supervisores atuam no Centro de Controle. A eles cabe gerir o tráfego das cinco linhas e do monotrilho, mesmo durante a madrugada, quando não há operação comercial.

27. Hora do banho. Entre as estações com os trens em funcionamento há uma faxina rápida ao longo do dia. São 42 funcionários que, em rodízio, realizam essa operação, munidos de vassouras e pás e, em caso de algum resíduo líquido, papel e toalha. Cada trem é limpo dez vezes por dia. Mas a hora do banho dos trens ocorre na madrugada, quando não há operação comercial. Os três pátios se convertem em verdadeiros lava-rápidos. Devagar, a uma velocidade máxima de 5 km/h, o veículo passa três vezes, ida e volta, por máquina semelhante a um lava-rápido de carros. Em 20 minutos, está limpo. A engenhoca é econômica: dez litros de detergente e mil litros de água são suficientes para a lavagem de oito trens. Em seguida, entram em ação os funcionários: com os trens estacionados lado a lado, os faxineiros são divididos em equipes de três integrantes. Cada uma limpa seis vagões por noite, equivalente a um trem inteiro. Primeiro varre-se o chão, depois tira-se o pó com o pano.

28. Xô, ratos. Em 1975, o Metrô ficou paralisado por horas por culpa de ratos. Os bichos comeram um cabo elétrico. Depois disso, a companhia passou a investir em uma megaoperação constante de combate a ratos e baratas. Ao longo de um ano são usados 54,5 mil litros de produtos químicos inseticidas na formulação líquida e 2 mil peças em gel. Já a desratização realiza o controle dos ratos por meio de raticida granulado e em pó para uso em tocas. Há ainda instalação de armadilhas adesivas, impedimentos de acessos e limpeza interna e externa das instalações.

29. Sala de espera. Entre uma viagem e outra, os operadores de trem descansam por dez minutos em um espaço que tem copa e banheiros. Computadores e telefones também são oferecidos aos funcionários. Muitos aproveitam esse tempo para fazer ginástica laboral.
Entre uma viagem e outra, os operadores de trem descansam por 10 minutos em um espaço que conta com copa e banheiros. Computadores e telefones também são disponibilizados ao funcionário. Muitos aproveitam esse tempo para fazer ginástica laboral.

30. Achados e perdidos. Os registros mais antigos do serviço datam de 1985. De lá para cá, foram recebidos no setor 988.942 itens perdidos nas estações e nos trens.

31. Velha guarda. Dos primeiros operadores de trem do Metrô, dois seguem na companhia até hoje. Carlos Acir Chassot atualmente é especialista do Núcleo de Sistema de Gestão; Antonio Aparecido Lazarini é especialista da Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões.

32. Souvenirs. Desde abril, é possível comprar produtos com a marca do Metrô em uma loja instalada na Estação Consolação (Linha 2- Verde). Tem de tudo: chinelos com o mapa das linhas, camisetas estampadas com placas das estações, pins com o símbolo da companhia, entre outros produtos. Pelo acordo, o Metrô fica com 7% do valor arrecadado pela empresa, que ainda paga à companhia um aluguel pelo espaço físico da loja, cerca de R$ 400 mensais por metro quadrado.

33. Livros no subsolo. As bibliotecas Embarque na Leitura chegaram a ter unidades em cinco estações do Metrô: Tatuapé, Luz, Santa Cecília, Largo 13 e Paraíso, a mais longeva do projeto. Elas funcionaram de setembro de 2004 a dezembro de 2013. Idealizado pelo Instituto Brasil Leitor, o programa foi encerrado por falta de patrocínio.
 
34. Sem vendedor. Livros, guloseimas, produtos de beleza, bijuterias. É possível encontrar de tudo nas 145 vending machines espalhadas pelas estações paulistanas.

35. Com vendedor. Atualmente, o Metrô tem 238 espaços reservados a lojas e 205 para estandes comerciais e promocionais. A estação que mais apresenta espaços comerciais é São Bento.

36. Mulheres na condução. Em novembro de 1986, 12 anos após entrar em operação, o Metrô contratou as primeiras mulheres condutoras de trens. Foram admitidas três pioneiras: Maria Elisabete Torres Oliveira, Tanara Régia Ávila Faria e Marilu dos Santos Braga. Dez anos mais tarde, já eram 60 as operadoras. Atualmente, há 124 mulheres na função e, aproximadamente, 900 homens.

37. Sala de aula. Entre 2010 e 2011, o Metrô também era lugar para tirar dúvidas de Português e Matemática. Em uma sala instalada na Estação Consolação funcionava um posto do projeto Tira-Dúvidas, onde 12 professores revezavam-se. No período, foram mais de 6 mil atendimentos gratuitos.

38. Tamanho do trem. Quantos carros - popularmente chamados de vagões - cada trem do metrô tem? Resposta: seis.

39. Sem "motorista". Os trens mais moderninhos do Metrô paulistano não precisam de condutor. Seguem "no automático". São 14 e estão todos na Linha 4-Amarela.

40. O gigante tatu. O primeiro shield, conhecido como tatuzão, foi usado em São Paulo na construção da Linha 1-Azul, em 1972. Mas tinha características diferentes das atuais. Equipamentos do tipo foram usados na construção e extensão da Linha 2-Verde, da Linha 4-Amarela e, agora, nas obras das Linhas 5-Lilás e 6-laranja.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Metrô SP implantará até do fim ano sistema que reduz superlotação

11/09/2014 - Folha de S. Paulo

O Metrô diz que até o fim deste ano será implantado um sistema de controle de trens mais moderno que permite melhorar a superlotação na linha 2-verde.

O sistema foi comprado em 2008 e a previsão era que estivesse em operação em 2010.

A melhora ocorre porque o sistema, chamado CBTC, possibilita redução de 20% no intervalo entre os trens. Segundo Luiz Antonio Carvalho Pacheco, presidente do Metrô, esse intervalo passará de 120 para cerca de 100 segundos.

Com o intervalo menor é possível aumentar a quantidade de trens em circulação e oferecer mais lugares para passageiros. Se hoje a capacidade de transporte é de 48 mil pessoas por hora e sentido, passaria para 57,6 mil.

Segundo Pacheco, nas linhas 1-azul e 3-vermelha, as mais superlotadas da rede, o sistema começará a ser implantado em 2015 e deverá estar em operação até 2016.

O sistema foi comprado da Alstom, empresa investigada por formar cartel e fraudar licitações, por R$ 706 milhões (valor não corrigido).

Mas desde os primeiros testes surgiram falhas, como composições que desapareciam da tela de controle.

Os testes são feitos em trechos da linha 2 desde 2011. No ano passado, o sistema passou a funcionar nos 14,7 km do ramal aos domingos.

A Alstom foi multada pelo atraso e teve os pagamentos suspensos. A disputa foi parar em um comitê de arbitragem, em que a multinacional reclama que não vendeu o que o Metrô cobra e que novas exigências foram feitas.

De acordo com Pacheco, que está no Metrô desde junho de 2013 e não participou da contratação, a empresa francesa teve dificuldade para adaptar seu sistema, "um produto de prateleira", à realidade da rede paulistana.

"Na minha avaliação a Alstom nos vendeu um produto que não tinha para desenvolver. Tinha o produto, mas não tinha para o Metrô, uma empresa ímpar do ponto de vista de operação. É uma rede pequena e com altíssima densidade, o que exige uma forma de operar diferente", diz.

Segundo o presidente, a principal diferença aqui é que o sistema em que os trens circulam como em um carrossel recebe trens extras nos horários de maior demanda.

"Parece óbvio, mas quando você fala para colocar isso no sistema, eles entram em pânico. Quando eu coloco um trem, o carrossel tem que ser todo recalculado, redefinido."

A Alstom também reclamava do tempo curto para instalar equipamentos, já que o metrô para por poucas horas, na madrugada. Um executivo chegou a comparar o trabalho a "trocar a turbina do avião em pleno voo".

Pacheco diz, porém, que agora crê que as dificuldades técnicas foram superadas.

"Acho que conseguimos acertar com eles o cronograma e estamos acompanhando o que é factível. Lógico que muito atrasado em relação a tudo, mas hoje, pelo andar da carruagem, a gente coloca a linha 2 em CBTC até o final do ano", afirma.

Segundo a Alstom, seu CBTC já foi implementado em locais como Toronto, Milão, Amsterdã, Paris e Cingapura. O sistema também é usado na linha 4-amarela, que opera sem condutores, mas o fornecedor é a Siemens.

O governo também pretende usar adotar o sistema em linhas da CPTM e nas novas linhas do metrô.

Pacheco diz ainda que até o fim do mês espera assinar os contratos para as obras de expansão da linha 2. O prolongamento terá 13 estações e 15,5 km -14,4 km da Vila Prudente até Guarulhos e mais 1,1 km à oeste da estação Vila Madalena.

Alckmin diz que linhas 5-lilás e 17-ouro serão entregues só em 2016

10/09/2014 - Folha de S. Paulo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (10) que as dez novas estações da linha 5-lilás do metrô de São Paulo que ligarão os bairros de Santo Amaro e de Chácara Klabin serão entregues apenas no final de 2016.

Em 2010, em programa eleitoral televisivo, o tucano havia prometido entregar até o final deste ano 11 estações da linha 5-lilás. No atual mandato, no entanto, foi concluída apenas uma das estações, a Adolfo Pinheiro.

O tucano visitou nesta quarta-feira (10) o canteiro de obras da estação Campo Belo, da linha 5 -lilás. Ele lembrou que decisão judicial determinou, em 2011, a paralisação por cerca de seis meses das obras das novas estações, que puderam se iniciadas apenas em 2012.

O motivo foram suspeitas de fraude na licitação das obras, reveladas pela Folha.

"O contrato foi suspenso e nós fizemos uma análise da licitação. A obra começou apenas em 2012. Nós já entregamos a Adolfo Pinheiro, que era por um método que permitia a entrega de estações uma por uma", afirmou. "Na Linha 5-Lilás, teremos dois anos de obras", acrescentou.

O tucano explicou que, diferente do método utilizado na estação Adolfo Pinheiro, que permitia a entrega gradual de estações, as escavações atuais são feitas por tatuzões, que não permitem o funcionamento de estações intermediárias até a conclusão da construção da linha.

Na visita, o tucano afirmou ainda que a previsão atual é que o trecho inicial da linha 17-ouro, da estação Jardim Aeroporto até a Morumbi, seja entregue apenas no início de 2016.

A previsão de entrega do trecho inicial era para o primeiro semestre de 2014, a tempo da Copa, mas já tinha sido adiada pelo governo estadual para 2015.

Em junho deste ano, uma viga de 90 toneladas da obra da linha 17-ouro caiu e matou um operário. O tucano disse na época, contudo, que não achava que o acidente causaria atrasos na obra.

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, lembrou que a licença prévia ambiental da obra só foi concedida em 2011 e a licença de instalação foi dada apenas em 2012.

"A maior dificuldade foi por conta do pátio de manobras, porque fica em cima do piscinão da avenida Roberto Marinho", ressaltou o governador.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Operador relembra primeira viagem do metrô de SP

07/09/2014 - Folha de S. Paulo

O sábado de 14 de setembro de 1974 foi um "barato" para o paulistano Eduardo Celso Ferreira Torres. Aos 24 anos, ele conduzia o trem A33 na inauguração do Metrô.

Torres estava na companhia desde dezembro de 1972. Foi contratado como agente de estação, apesar de ainda não existir estação aberta. Meses depois, tornou-se operador de trem, para guiá-lo em testes. "Rodávamos das 23h até umas 4h da manhã. Só entre Jabaquara e Saúde", afirma, aos 64 anos. "Eu acelerava no túnel para testes. Nossa, era legal."

Por acaso, Torres foi escolhido para comandar o trem na primeira viagem oficial, na abertura da linha 1-azul. Às 9h30, o trem partiu da Vila Mariana rumo ao Jabaquara.

"O vagão estava cheio, todo mundo se apertava", lembra-se Antonio Aparecido Lazarini, 62, que foi instrutor de Torres. "Estávamos apreensivos, pois o metrô era uma aposta."

A viagem se estendeu por cerca de três horas –hoje são 13 minutos. "A cada estação, a comitiva descia, tinha festa, discurso", conta Lazarini.

Depois daquele sábado, Torres voltou a guiar o trem apenas na abertura de outro trecho da linha 1-azul. Em 2006, ele se aposentou e deixou o Metrô.

domingo, 7 de setembro de 2014

Justiça declara ilegal contrato da Linha 6 em 180 processos

06/09/2014 - O Estado de SP

CAIO DO VALLE

Levantamento feito pelo 'Estado' mostra que quase metade das decisões de 371 ações barra forma de pagamento das indenizações

SÃO PAULO - Quase metade das decisões judiciais em primeira instância sobre as desapropriações para a construção da Linha 6-Laranja do Metrô declarou ilegal a forma como o contrato entre Estado e o Consórcio Move São Paulo estabelece o pagamento das indenizações. Levantamento do Estado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mostra que 180 das 371 ações travam o prosseguimento da obra. Até agora, o governo obteve uma decisão favorável em segundo grau.

Contrato da Linha 6 do Metrô de São Paulo é ilegal, diz Justiça
Estado recorrerá de decisão que suspende Linha 6 do Metrô

O contrato atribui ao Estado o desembolso de R$ 673,6 milhões dos cofres públicos, em vez de os recursos serem quitados pela concessionária privada - esse o ponto barrado na Justiça. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) rebate e promete recorrer. Nesta sexta-feira, 5, o Estado mostrou decisões de duas juízas a respeito das indenizações das obras da Linha 6, a primeira parceria público-privada (PPP) integral.

Durante a avaliação de dois processos de desapropriação abertos pela Move São Paulo, as duas juízas entenderam que o contrato firmado em dezembro de 2013 entre a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e o consórcio é nulo, por ferir a Lei Federal 8.987/95 e a Lei Estadual 7.835/92, que versam sobre concessões e permissões. As legislações estabelecem que, em caso de o poder concedente delegar as desapropriações à concessionária, é a iniciativa privada que deve fazer os pagamentos.

As duas juízas não estão sozinhas. Mais 12 magistrados concordam que há uma espécie de vício de origem nas ações. Ou seja, o contrato não pode ser considerado válido pelo fato de o pagamento das desapropriações ocorrer com recurso estatal e não do consórcio.

Para o juiz Claudio Campos da Silva, da 8.ª Vara da Fazenda Pública da capital, por exemplo, "o vício contratual" é "insanável" e "afronta" os "dois dispositivos legais citados".
Já o juiz Alberto Alonso Muñoz, da 13.ª Vara de Fazenda Pública, escreve em uma sentença que, frente à legislação, há "nulidade do contrato" e "ilegitimidade". Segundo ele, o rigor legal não é um "capricho", mas uma cautela "que tem por finalidade evitar a utilização indevida do dinheiro público". As duas decisões são de agosto.

Acórdão. Na segunda-feira, a sentença de uma das ações barradas foi revertida pelo Colégio de Recursos do TJ-SP, após apelação da Move São Paulo. O relator do processo, desembargador Leme de Campos, da 6.ª Câmara de Direito Público, afirmou que, apesar de a Lei Federal 8.987/95 ordenar que a concessionária pague as desapropriações, a Constituição "reservou aos Estados a competência suplementar para legislar". Isso justifica, segundo ele, a aplicabilidade da Lei Estadual 11.688/04 - menos restritiva -, "pouco importando quem será o responsável pelo pagamento derivado do ato expropriatório". Seguiram o voto os desembargadores Reinaldo Miluzzi e Sidney Reis.

A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, em nota, informou nesta sexta-feira que o acórdão criou "jurisprudência sobre a questão". Porém, o TJ-SP explicou que o acórdão "vale apenas para o processo de primeiro grau a que está relacionada". As ações poderão ser analisadas caso a caso.
Inicialmente, o edital previa que a iniciativa privada pagaria as desapropriações. Não houve interessado e o governo mudou a regra no ano passado.

A concessionária é formada por Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e Fundo Eco Realty. A Linha 6, entre Vila Brasilândia, zona norte, e o centro, custará R$ 9,6 bilhões. Terá 15,4 quilômetros e 15 estações e será concluída em 2020.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Trecho da Linha 15-Prata entre Vila Prudente e Oratório pode ser visitado nos fins de semana

05/09/2014 - Portal do Governo do Estado de SP

Com 2,9 quilômetros de extensão, o trecho do monotrilho da Linha 15-Prata entre Vila Prudente e Oratório de São Paulo está aberto para visita aos sábados e domingos, das 10h às 15h. Nessa fase inicial de operação, chamada de "visita controlada", o público pode conhecer gratuitamente as instalações e viajar no trem.

Durante a visita controlada, o Metrô promove uma campanha educativa sobre a utilização do monotrilho por meio de avisos sonoros e comunicação visual. O acesso à estação Vila Prudente fica na Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello, esquina com a Rua Cavour, ao lado da Linha 2-Verde. Já a entrada da estação Oratório será feita pela Avenida do Oratório 165.

Uma ciclovia de 2,4 quilômetros sob o elevado por onde circula o trem do monotrilho também já pode ser utilizada. A ciclovia possui duas pistas exclusivas para bicicletas e também permite acesso aos bicicletários e paraciclos anexos às estações Vila Prudente e Oratório.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Monotrilho é inaugurado em SP e atrai curiosos

30/08/2014 - Valor

Linha do monotrilho foi inaugurada nesse sábado.

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O começo da chamada visita controlada do monotrilho que liga a estação Vila Prudente do metrô e a nova estação Oratório, ambas na zona leste de São Paulo, ocorreu sem maiores problemas neste sábado.

O funcionamento parcial - e gratuito, por ora - do monotrilho será nos sábados e nos domingos, das 10h às 15h, e deve ser expandido para toda a semana durante os próximos dois ou três meses, segundo o Metrô, que administra o projeto. Depois desse período, esse trecho deve ser posto em operação plena.

O secretário estadual de transporte metropolitano, Jurandir Fernandes, presente na primeira viagem do trem, elogiou a falta de surpresas. Apesar de ser uma tecnologia nova, as muitas horas-teste que fizemos permitiu que não tivéssemos qualquer surpresa, disse.

Sobre o atraso da entrega da obra, iniciada em 2010, Fernandes disse que foi por causa do licenciamento ambiental, que não permitiu a derrubada de cerca de 50 árvores na avenida Luiz Ignácio de Anhaia Melo, sobre a qual corre a obra, e forçou o Metrô a buscar mais desapropriações. São as árvores mais caras de São Paulo, afirmou.

Durante a inauguração do serviço, as catracas foram liberadas pontualmente às 10h. O primeiro trem viajou entre 10h06 e 10h09. Há intervalo de 18 minutos entre os trens durante esse período experimental.

A integração com a Linha 2-Verde do metrô ainda está em obras.

Houve falhas nas escadas rolantes em ambas estações, que pararam de supetão, mas os funcionários do metrô não souberam explicar o motivo. Técnicos da ThyssenKrupp, responsável pelo equipamento, investigavam as causas.

Os usuários gostaram do que viram. Costumo ir de carro até a estação V. Prudente, mas agora vou poder ir de monotrilho. Esperava isso há muito tempo, diz o comerciante Mohamed Hussein Majdou, 65, que tem uma loja de colchões ao lado da estação Oratório. Mas ainda não dá para vender o carro.

O ajudante-geral Juacaz Marciano da Boa Morte, 57, disse que ficou com medo ao viajar no primeiro vagão, que tem uma ampla janela frontal permite a visão do estreito trilho à frente da composição - sem maquinista. Mas a gente se acostuma, diz o morador de Itaquera.

O trecho até a estação São Mateus está previsto para o final do ano que vem. O traçado completo é entre a estação Ipiranga de trem e a Cidade Tiradentes, com 18 estações e 26,6 km.

O investimento total previsto é de R$ 6,4 bilhões.