sábado, 26 de dezembro de 2015

Tatuzão da Linha 5 escava a própria 'morte'

25/12/2015 - O Estado de SP


Uma criatura de 1.700 toneladas e 75 metros de comprimento repousa nas profundidades de São Paulo, juntando energia para seguir rumo à morte. A vida útil não é medida pelo tempo e sim por espaço. O bicho vai viver pouco mais de cinco quilômetros em um trajeto entre a região Largo 13 de Maio e Chácara Klabin, na zona sul, trecho que é o hábitat do animal.

A cabeça tem 10 metros de diâmetro, cada dente tem o peso de 140 toneladas e o cérebro é poliglota: entende português, italiano e espanhol. Quando voltar a se mover, irá dar passos de um metro e meio. A cada movimento, o ser que está alojado sob a Santa Cruz, também na zona sul, solta concreto por um lado e lama por outro.

O bicho escava o subterrâneo da cidade, já comeu 443 milhões de litros de lama e tem uma equipe de tratadores treinados.

Apesar da descrição monstruosa, quem hoje precisa cuidar da criatura para que ela continue se movendo rumo à morte vai sentir saudade no final da jornada, como se perdesse um parente. "Não dá medo, tenho respeito. Vai ser como se perdesse um ente querido”, contou o engenheiro e metroviário Sergio Renato Leme, chefe do Departamento de Obras do Metrô. A criatura, na verdade, trata-se do tatuzão responsável pela perfuração da Linha 5-Lilás, equipamento que será desmontado ao término da obra, quando o túnel se integrar com a Linha 2-Verde.

"A gente acompanha ela (a máquina) desde que foi montada, então tem um certo sentimento”, contra o metroviário no poço da Estação Santa Cruz, da Linha 1-Azul.

O movimento do tatuzão é dividido em etapas. Ele se move sobre um trilho, cuspindo água e uma solução química que amolece a terra ao mesmo tempo em que forra o túnel com anéis de cimento. A lama é digerida e vai para um esteira.

No último dia 17 de novembro, o equipamento alcançou o local onde está hoje, momento que foi recebido com festa, no que os engenheiros classificam como "o gol dos operários” da obra. Girando os dentes entre as rochas, aos poucos a cabeça do monstro surgiu derrubando a terra aos aplausos de engenheiros e outros trabalhadores da escavação. "Um dos vários momentos significativos é quando chega a uma estação que já está escavada, quando conclui um trecho do túnel, surgindo da parede, completando o trajeto do túnel”, conta o Leme.

O equipamento tem uma central de comando. O "cérebro” do bicho. A cabine de operações é comandada por funcionários de quatro nacionalidades diferentes: um brasileiro, um salvadorenho, três colombianos e cinco italianos.

No painel de controle, são 500 parâmetros acompanhados pelos técnicos e monitorados em tempo real em outros endereços do Metrô e das empresas responsáveis pela obra. É na cabeça do tatuzão que comandos relacionados a pressão da máquina no solo, por exemplo, são acompanhados.

A última missão da máquina é caminhar cerca de um quilômetro. Sua morte já tem endereço: um poço de ventilação no entorno da Rua Dionísio da Costa, logo após a Estação Chácara Klabin. A máquina é composta por 30% de materiais que foram usados no tatuzão responsável pela perfuração da Linha 4-Amarela. Só que agora, elas não serão mais usadas.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Linha 8 da CPTM (Itapevi a Júlio Prestes) terá ligação, na Água Branca, com futura linha 6-Laranja do Metrô

02/12/2015 - Webdiário - Osasco

A região Oeste vai ganhar uma nova conexão com o sistema metroviário. A Linha 8 da CPTM, que vai de Itapevi a Júlio Prestes, terá uma ligação, na estação Água Branca, com a futura linha 6-Laranja do Metrô.

O ramal, que vai ligar a região Noroeste ao centro da Capital, está em fase inicial de obras.

Na última semana, o governador Geraldo Alckmin assinou empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 690 milhões, para desapropriações em áreas que vão receber os trilhos. Os recursos são viabilizados por meio da Administração Geral do Estado.

A Linha 6-Laranja é a primeira PPP (Parceria Público Privada) de mobilidade urbana na característica greenfiled, que contempla todas as partes da sua implantação, a partir do zero. É ainda a maior da América Latina. A previsão de entrega é 2020.

O valor total do contrato é de R$ 9,9 bilhões. O investidor privado assume a responsabilidade de execução, operação e manutenção do serviço. Quando entrar em operação, a Linha 6-Laranja também vai oferecer outros três pontos de conexão com a rede metroferroviária: Linha 7-Rubi (Água Branca); Linha 4–Amarela (Higienópolis/Mackenzie) e Linha 1-Azul (São Joaquim). Ela será totalmente subterrânea e deverá transportar 633 mil pessoas por dia. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Linha 5 fica R$ 1 bi mais cara e Metrô culpa o subsolo

24/11/2015 - O Estado de SP

Planejada para ser finalizada em 2014 e a 650 dias sem ter uma estação entregue, a Linha 5-Lilás do Metrô ficou mais de R$ 1 milhão mais cara por dia só entre maio e novembro deste ano. Entre o início das obras (em 2011) e este mês, o Estado deve gastar quase R$ 1 bilhão a mais para construir o trecho de 11,5 quilômetros da extensão da Linha 5-Lilás do Metrô, na zona sul da capital. A companhia culpa o solo, imprevistos e até investigações.

O custo previsto inicialmente era de R$ 4,2 bilhões apenas com a parte de engenharia civil. Agora está em R$ 5,1 bilhões, por causa de uma série de aditivos contratuais entre o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e os consórcios responsáveis pela construção do ramal entre as Estações Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin. Foram 60 somente os relatados no Diário Oficial do Estado nesses quase cinco anos. Só neste ano, entre maio e novembro, a companhia fez revisões de contratos que chegam a R$ 450,8 milhões.

O investimento total, contando outros contratos para a instalação de sinalização e compra de trens, é de R$ 9 bilhões. A última expansão da linha para os passageiros foi concluída em 12 de fevereiro de 2014, quando a Estação Adolfo Pinheiro, na zona sul, foi inaugurada.

Adutora "invisível”.Os engenheiros da companhia dizem que o custo maior envolve dificuldades no subsolo que não foram detectadas na fase de projeto básico, anterior à licitação, por falta de sondagem em terrenos que não haviam sido desapropriados. Isso ocorreu, por exemplo, em uma área com 355 imóveis comerciais e residenciais. "Não é porque o projeto básico não estava bom, é que se usou como premissa o conhecimento que ele tinha da obra. Depois que desapropria, demole as casas e o Metrô entra é que termina a sondagem”, alega o engenheiro da companhia responsável pela extensão, Luís Bastos.

Ele liga os aditivos a imprevistos e observa que sondagens mais precisas após a fase de desapropriação revelaram interferências como tubulações de serviço telefônico e de abastecimento de água. No projeto básico, não se sabia, por exemplo, da existência de uma adutora de 200 metros. Dessa forma, ao mexer na estrutura, a empresa precisou substituir 800 metros de tubos e comprar novos equipamentos, o que encareceu o trecho, provocando atualização no valor.

O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp), Emiliano Affonso, afirma que atrasos e encarecimento das obras são decorrentes de falhas nos projetos. "As obras são contratadas em cima de um projeto básico que deveria quantificar a obra”, diz.

Ele explica que os projetos básicos fazem apenas algumas sondagens no terreno e o projeto executivo, mais detalhado, é feito com a obra. "No caso da Linha 5, sabemos que o projeto executivo é de uma empresa de fora do Brasil, que não tem conhecimento prévio do solo nem das técnicas e equipamentos aos quais estamos mais acostumados. Assim, conforme são feitas exigências que precisam de aumento de eficiência por parte das empresas, vão sendo feitos os aditivos.”

Ele afirma que obras de metrô, no Brasil, estão sujeitas às mesmas regras de licenciamento de shoppings. E o atendimento dessas exigências, segundo o engenheiro, não entra no começo das contas.

De acordo com Paulo Sérgio Meca, diretor de Engenharia e Obras do Metrô, os contratos não devem mais receber aditivos porque "os projetos executivos estão se consolidando” no decorrer das obras. "O projeto executivo está sendo finalizado. Isso nos permite fazer um levantamento adequado de todos os materiais e quantitativos de materiais e serviços que não faziam parte do contrato, fazendo os aditamentos correspondentes”, disse.

Investigação.Além dos problemas com o subsolo, o Metrô culpa uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE) para apurar um suposto conluio entre as empreiteiras contratadas pelo atraso. A suspeita dos promotores é de que as empresas tenham combinado propostas na fase de licitação para nenhuma delas deixar de receber pela construção.

Ministério teme que monotrilhos de SP virem ‘esqueletos’

O secretário Nacional de Mobilidade do Ministério das Cidades, Dario Rais Lopes, disse, nesta segunda-feira, 23, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), temer que as linhas de monotrilho virem "esqueletos” e o modal não seja a "solução mais adequada” para a capital e a região metropolitana. Ele é o responsável por destinar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as obras de mobilidade da gestão Alckmin (PSDB).

"Em São Paulo não temos esqueletos, mas duas obras em andamento”, rebateu o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni. Segundo ele, ainda neste ano a Linha 15-Prata terá o horário de atendimento expandida e, em 2015, funcionará como o Metrô./ COLABOROU BRUNO RIBEIRO

Linha 4 do Metrô deve ser retomada a partir de abril

24/11/2015 -  O Estado de SP

O Metrô retoma nesta terça-feira, 24, a licitação das obras para conclusão da Linha 4-Amarela, paralisadas desde junho. Um aviso publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira convoca empresas para retirar o edital da concorrência para o término das Estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, além de uma extensão do pátio de manobras do ramal.

Segundo o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, "a previsão é de que a licitação termine entre 120 e 180 dias”, fazendo com que as obras voltem, de fato, a partir de abril do ano que vem. "Após ser retomada, a Estação Higienópolis-Mackenzie deve ficar pronta em 12 meses”, disse. "A Oscar Freire, em 15 meses. Já a Estação São Paulo-Morumbi termina em 18 meses. E a Vila Sônia, em 36 meses. Mas vamos trabalhar muito para antecipar esse prazo”, prometeu.

A liberação para a retomada da obra vem após o Banco Mundial, órgão financiador da empreitada, emitir a chamada "não objeção” - um atestado de que o projeto elaborado pela companhia tem condições de seguir. O Estado só podia partir para a contratação de empreiteiras depois de receber essa sinalização do banco.

Segundo Pelissioni, a nova licitação está estimada em R$ 1,3 bilhão. O dinheiro vem de um financiamento que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) já obteve no Banco Mundial. "Todo o dinheiro da obra vem de financiamento, não precisamos usar recursos do Tesouro”, completou o secretário.

Parte do recurso financiado pelo banco vem de uma linha de crédito que o Estado já tinha, e não chegou a usar, para a construção da Linha 5-Lilás, da zona sul, que foi transferido para a Linha 4-Amarela. O governo teve de obter da Assembleia Legislativa autorização para usar a verba de uma linha em outra.

As obras estavam paralisadas depois de uma ruptura entre o governo do Estado e o consórcio formado pelas empresas Isolux, Corsán e Corvian, após as obras seguirem por ritmo lento desde o segundo semestre do ano passado.

Cisão. A empresa criticou a "falta de gestão” por parte do Estado para a obra. Já o governo avaliou que o consórcio não conseguia cumprir os prazos. As multas dessa ruptura ainda estão sendo discutidas.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Aprovado empréstimo para desapropriações da Linha 6 Laranja

19/11/2015 – Via Trolebus – São Paulo/SP

Foi aprovado nesta semana um empréstimo para desapropriações da Linha 6-laranja do Metrô. Trata-se de uma Parceria Publico Privado (PPP), onde o setor privado em conjunto com o poder público esta tocando as obras.

No caso das desapropriações, o processo esta a cargo do Governo Estadual. De acordo com o Governador Geraldo Alckmin, nesta quarta-feira, 19 de Novembro, foi aprovado um empréstimo de R$ 690 milhões para os trabalhos. As declarações foram dadas na Rádio Jovem Pan.

Segundo projeções do Governo Estadual, a linha deve ser entregue em 2020. A nova ligação metroviária terá 15,3 km de extensão e 15 estações, sendo elas: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca (com conexão com as linhas 7 – rubi e 8 – diamante da CPTM), Sesc Pompéia, Perdizes, PUC-Cardoso de Almeida, Angélica/Pacaembu, Higienópolis/Mackenzie (conexão com a linha 4 – amarela do Metrô/ViaQuatro), 14 Bis, Bela Vista, São Joaquim (conexão com a linha 1 – azul do Metrô). A operação ficará a cargo do Consórcio Move SP.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Linha 22 do Metrô que ligaria São Paulo a Cotia não sai do papel

17/11/2015  – Mobilize – São Paulo/SP

Mapa metroferroviário da RMSP com projeção de futuras linhas. A linha 22 destacada no lado esquerdo (CPTM/Metrô 2015)

Em setembro de 2013, a equipe técnica do Metrô de São Paulo se reuniu pela primeira vez com a prefeitura de Cotia, município da região metropolitana, para discutir uma alternativa ao trânsito caótico da rodovia Raposo Tavares (SP-270). Na ocasião, a equipe do consórcio formado pelas empresas Planserv, Oficina e Egis/Veja iria desenvolver o projeto de uma linha de monotrilho neste trecho, onde estavam previstas 16 estações. O projeto básico deveria estar pronto seis meses depois, ou seja, em março de 2014.

A rodovia Raposo Tavares atravessa diversos perímetros urbanos e é uma das mais importantes ligações da capital com os municípios da região oeste metropolitana, de onde partem diariamente mais de 180 mil veículos. Mesmo com grande fluxo pendular, a rodovia não conta com corredores de ônibus ou linhas de alta capacidade (trens ou metrôs) que sirvam de alternativa, e os usuários convivem diariamente com congestionamentos e acidentes. Moradores de Granja Viana, Cotia, Caucaia e Vargem Grande, por exemplo, não possuem outra alternativa direta para chegar à capital, e dependem exclusivamente desta via.

Segundo informações da assessoria de imprensa do metrô, a Linha 22 prevê a ligação da região da avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste da capital, ao município de Cotia, passando pela região do Butantã e seguindo pelo eixo da Raposo Tavares. A diretriz preliminar indica que a linha terá cerca de 25 km de extensão e 20 estações, com demanda de 544 mil pessoa por dia. A inserção dessa linha, bem como a localização das estações, acessos, integrações com outras linhas, redes de ônibus e outros modais, estudos de carregamento e demanda no entanto só serão detalhados ao longo dos projetos funcionais que estão em desenvolvimento e deverão ser concluídos apenas em 2016.

Outras linhas em São Paulo

A linha 4-Amarela do metrô é a primeira no Brasil operada por uma Parceria Público-Privada (PPP). Ela liga a estação Luz ao Butantã, passando pelas estações República, Paulista, Fradique Coutinho, Faria Lima e Pinheiros. As obras foram iniciadas em 2004 e seu primeiro trecho foi inaugurado em 2010, três anos após uma cratera se abrir na construção da estação Pinheiros, matando 7 pessoas. Anteriormente, na escavação da estação Oscar Freire, um operário já havia falecido nas obras desta mesma linha. Em 2010 a previsão era de que o trajeto até a Vila Sônia estivesse pronto em 2014, que as estações Oscar Freire e Higienópolis fossem inauguradas em 2016, mesmo ano que a linha chegaria ao Taboão. Hoje estima-se que a estação Vila Sônia venha a operar apenas em 2018 e não se fala mais da ligação com Taboão.

Na ligação da capital ao Aeroporto Internacional de Guarulhos está planejada a construção da Linha 13-Jade, com 12,2 km de extensão e três estações: Aeroporto-Guarulhos, Guarulhos-Cecap (novas) e Engenheiro Goulart (em reconstrução). Nesta estação haverá integração com a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), da CPTM, na capital paulista. A demanda projetada indica que a nova linha deverá atender cerca 120 mil passageiros/dia em sua fase inicial e alcançar 200 mil passageiros por dia útil em 2020. O metrô ainda não tem previsão de quando estará operando.

As obras da Linha 15-Prata foram iniciadas em novembro de 2009 e hoje apenas um trecho de 2,9 km, entre Vila Prudente e Oratório, está em funcionamento. Foi inaugurado em 2014, cinco anos após o começo das obras. O segundo trecho, Oratório-São Mateus, com extensão de 10,1 km, teve as obras iniciadas em junho de 2012 e, se não houver novos atrasos, deverá ser inaugurado em 2017. O trecho São Mateus-Hospital Cidade Tiradentes terá 11,5 km de extensão e ainda está em fase de desapropriações. Por fim, o trecho Ipiranga-Vila Prudente, de 2,1 km, ainda está em fase de projeto.

Com 17,7 km de extensão e utilizando o sistema de monotrilho, a Linha 17-Ouro do metrô ligará a estação Jabaquara (linha 1-Azul) à estação São Paulo/Morumbi (linha 4-Amarela), passando pelo Aeroporto de Congonhas. A licença ambiental foi cedida em março de 2012 e as obras se iniciaram em abril daquele ano. O início de suas operações foi prometido inicialmente para 2013, como uma das obras para a Copa do Mundo. Posteriormente o prazo foi adiado sucessivamente para 2014 e 2016, mas agora especula-se que estará pronta apenas em 2017 ou 2018, ou seja, cinco ou seis anos após o início das obras.

A Linha 19-Celeste ligará a estação Campo Belo (linha 5-Lilás) ao município de Guarulhos, estendendo-se por cerca de 26 km, tendo integração com as linhas 2-Verde, 3-Vermelha, 5 -Lilás, 6-Laranja, entre outras linhas, inclusive da CPTM. A previsão é de que a linha atenda a 1,3 milhão de passageiros por dia. O projeto ainda está em sua diretriz preliminar, ou seja, não há prazo estimado sequer para o início das obras.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Governador libera mais R$ 101 milhõespara desapropriações na futura Linha 6 - Laranja

15/10/2015 - Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo

O governador Geraldo Alckmin assinou decreto que disponibiliza mais R$101 milhões para o orçamento da Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) destinado às desapropriações de imóveis para a implantação da Linha 6-Laranja,que ligará Brasilândia até São Joaquim. 

Até o momento, a STM já realizou o pagamento de R$ 687 milhões em desapropriações para a futura linha. Ao todo, 250 imóveis foram desapropriados,de um total de 370. O custo total da obra é de R$ 9,9 bilhões. 

A Linha 6-Laranja, feita em Parceria Público-Privada (PPP), teve as obras iniciadas neste ano. Quando concluída, terá 15,9 km e 15 estações. A responsabilidade de construção da Linha 6 é do Consórcio Move São Paulo, com expectativa de conclusão em 2020. 

A Linha 6-Laranja será totalmente subterrânea, com capacidade para transportar 633 mil pessoas por dia. Além disso, o percurso, que hoje é realizado em até 1 hora e meia, passará a ser feito em 23 minutos o que vai facilitar o acesso da população às diferentes oportunidades da cidade nas áreas de lazer, cultura e trabalho. 

Quando entrar em operação, a Linha 6-Laranja oferecerá quatro pontos de conexão com a rede metro ferroviária: Linha 7-Rubi (Água Branca); Linha 8-Diamante (Água Branca); Linha 4?Amarela (Higienópolis/Mackenzie) e Linha 1-Azul(São Joaquim), reforçando o conceito de rede integrada proposto pelo governo.

CCR compra fatia de sócio argentino na Linha Amarela do metrô paulista

21/10/2015 - Valor Econômico

SÃO PAULO -  A concessionária de infraestrutura CCR informou nesta terça feira que celebrou contrato com o grupo argentino Benito Roggio Transporte (BRT) para transferência da totalidade das ações detidas pela BRT na Concessionária da Linha 4 do Metrô de São Paulo (ViaQuatro).

A fatia da BRT correspondia a 2% das ações preferenciais da ViaQuatro, ou 1% do capital social da concessionária. A transferência de ações está condicionada à aprovação dos financiadores.

Com a transação, a CCR passa a deter 59% do capital da ViaQuatro, em parceria com a Montgomery Participações (30%), Mitsui (10%) e RATP Développement (1%), conforme o site da concessionária.

"A conclusão da aquisição ora anunciada representa a concretização de mais uma etapa do planejamento estratégico do Grupo CCR, visando o crescimento qualificado e agregando valor aos acionistas”, afirmou a empresa em comunicado.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Fábrica de aduelas é inaugurada para as obras da Linha 6 do Metrô de São Paulo

16/10/2015 – Piniweb – São Paulo/SP

Foi inaugurada nesta semana em Perus, na zona Oeste de São Paulo, uma fábrica de anéis de concreto compostos por aduelas para atender as obras de construção da Linha 6-Laranja do Metrô entre Brasilândia e São Joaquim, iniciadas em setembro. Construída em oito meses por mais de 300 operários, a fábrica está localizada em uma área de 40 mil m² em uma pedreira, o que facilita a produção de peças de concreto com a matéria prima disponível no próprio local.

A localização da unidade também otimiza o tempo de transporte dos materiais, que poderão ser levados pelo Rodoanel, Rodovia dos Bandeirantes e Marginal Tietê.

A fábrica tem capacidade para produzir 15 anéis por dia, sendo que cada um tem 10,2 metros de diâmetro externo, 9,4 metros de diâmetro interno e 1,8 metro de largura. Serão utilizadas 7,3 mil aduelas de 60 toneladas cada para a produção dos anéis de concreto.

O sistema metroviário orçado em R$ 9,6 bilhões terá 15,3 km de trilhos subterrâneos entre as estações Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes, PUC-Cardoso de Almeida, Angélica/Pacaembu, Higienópolis/Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

O empreendimento, executado pela Concessionária Move São Paulo por meio de Parceria Público-Privada (PPP), foi iniciado pela Estação Freguesia do Ó, que terá 11.560 m² de área construída e quatro andares subterrâneos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

MP investiga trens parados do metrô

21/09/2015 - O Estado de S. Paulo

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar eventuais irregularidades no contrato de compra antecipada de 26 novos trens da empresa espanhola CAF para a Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo. Os trens estão parados em um pátio, conforme mostrou reportagem do Estado. A Linha 5-Lilás deveria ter sido entregue em 2014. Já os trens foram entregues antes de a obra física ter sido concluída. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público quer saber se essa situação causou prejuízo aos cofres públicos.

O MPE vai apurar se, por falta de espaço próprio para guardar os trens, o governo solicitou área da CAF e pagou aluguel. A representação feita na quarta-feira tem por base uma denúncia recebida pela promotoria, que apontou sete supostas irregularidades. Ela instaurou inquérito para investigar cinco.

A denúncia acusa a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) de ter comprado os trens sabendo que tanto a extensão da Linha-5 quanto o Pátio Guido Caloi não ficariam prontos a tempo. O governo do Estado nega. Responsável pelo inquérito, o promotor Marcelo Camargo Milani disse que será investigada a veracidade das informações.

A representação denunciou ainda irregularidades que teriam sido praticadas por um gerente da empresa. “O Metrô teria providenciado locação de espaço com a referida empresa espanhola, provocando um prejuízo ao Metrô, que paga aluguel para a guarda dos trens já entregues”, diz a representação do inquérito. O gerente do Metrô negou ligação com o contrato.

Segundo a promotoria, o Metrô já admitiu que houve atrasos na obra do Pátio Guido Caloi, o que motivou “a busca de outros locais para estacionar os trens entregues pela CAF, tendo sido firmado contrato de cessão de uso não oneroso para armazenamento de trens por tempo determinado em área cedida pela CAF, contígua a planta industrial em Hortolândia, não existindo contrato de aluguel nem compra antecipada”.

Em nota, o Metrô nega o aluguel de espaço ou pagamento para guarda de trens já entregues pela CAF. E diz que a citação ao seu gerente é “um equívoco” porque ele não é gestor desse contrato e não tem relação com a guarda dos trens.

“Quanto ao inquérito, o Metrô aguarda ser notificado oficialmente para tomar conhecimento de seu conteúdo. A companhia prestará todos os esclarecimentos”, informou o Metrô. Procurada, a CAF disse, via assessoria, que não se manifestará sobre o assunto.

Esclarecimentos. Foram expedidos ofícios ao Metrô solicitando cópias do contrato e do procedimento licitatório para a construção do pátio, além do contrato de cessão de uso para armazenamento dos trens em área cedida pela CAF. O ex-secretário dos Transportes Jurandir Fernandes, que assinou contrato de R$ 615 milhões para a compra dos trens, foi convocado a prestar esclarecimentos. O Estado o procurou, mas não conseguiu encontrá-lo.

Alckmin inicia obra da estação da Linha 6-Laranja do Metrô

23/09/2015 - Agência Estado

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) deu início nesta terça-feira (22) à primeira estação da futura Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, a Freguesia do Ó, na zona norte, um ano e nove meses após a assinatura do contrato para construção do ramal. Em abril, o governo estadual havia começado as obras no poço de ventilação, também na zona norte, a partir do qual dois tatuzões escavarão túneis em direções distintas.

O governo Alckmin prevê que todas as 15 estações, em um total de 15,3 km, sejam entregues simultaneamente em 2020 pela Concessionária Move São Paulo, responsável pelas obras. A estimativa na época da assinatura do contrato, contudo, era que os trens já operassem em 2018.

— O prazo de concessão é de 25 anos: cinco para construção da obra e 20 para operação. É interesse do próprio concessionário garantir, porque quanto mais cedo entregar mais cedo começa a operar.

O valor da obra é de R$ 9,6 bilhões — exceto desapropriações, que serão bancadas pelo governo.

— Esta é uma PPP (Parceria Público-Privada) integral. Não é mais uma PPP que um faz a obra, o outro compra o trem e outro opera. Aqui, o concessionário constrói a linha, as estações, compra o trem, instala sinalização e tecnologia e opera.

Entre as dificuldades encontradas para executar a obra, está justamente a desapropriação de imóveis em áreas incluídas na Linha 6, que vai ligar a Vila Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, na Liberdade, centro. Das 371 ações expropriatórias, o governo detém apenas 160 mandados de posse, cerca de 43,1% do total.

Outros 44 imóveis na região da estação Vila Cardoso também devem ser desapropriados, e o governo já admite que os custos, anteriormente previstos em R$ 670 milhões, devem passar de R$ 1 bilhão, afirmou o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.

— A gente imagina que, no mais tardar entre junho e julho, teremos todas as desapropriações liberadas.

Freguesia do Ó

Com quatro andares subterrâneos, a estação da Freguesia do Ó terá capacidade para transportar 15 mil passageiros por dia. No projeto, ela está localizada entre as futuras Estações João Paulo I e Santa Marina.

A Linha 6-Laranja também contará com as estações Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, Sesc Pompeia, Perdizes, PUC/Cardoso de Almeida, Angélica/Pacaembu, 14 Bis e Bela Vista. Além dessas, haverá quatro pontos de conexão com outros ramais: a Estação Água Branca (Linha 7-Rubi e Linha 8-Diamante, da CPTM), a Higienópolis/Mackenzie (Linha 4-Amarela do Metrô) e São Joaquim (Linha 1-Azul do Metrô).

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Tatuzão chega a Estação Santa Cruz em novembro

02/10/2015 - Via Trólebus

Linha5
Foto: Constran

De acordo com o Metrô, o tatuzão que saiu da estação Hospital São Paulo deve chegar na estação Santa Cruz em novembro. Depois, deve ficar estacionado um tempo para manutenção, como de praxe, e seguir para a última estação da expansão da linha 5, Chácara Klabin.

Esse tatuzão saiu da estação Hospital São Paulo no ultimo dia 4 de setembro e, no atual momento, encontra-se 30m abaixo da Rua Pedro de Toledo, entre as ruas Marselhesa e Botucatu, faltando 385 m para chegar à estação Santa Cruz. Para prosseguir com os trabalhos, a CET irá interditar a região onde esta o tatuzão a partir das 22h de hoje até as 4h de segunda, 5.

A expansão da linha 5-lilás conta ainda com mais 2 tatuzões menores operando na outra ponta. Em setembro, o Metrô havia informado que as outras duas máquinas, em operação no lote 3, teriam que escavar 4,1km e que, até aquele momento, uma delas escavou 2.925 metros e, a outra, 3.340 metros.

A expansão da linha 5, com previsão de conclusão para 2017/2018, irá ligar a estação Adolfo Pinheiro, em Santo Amaro, a estação Chácara Klabin, fazendo conexão com as linhas 1-azul, 2-verde e futura linha 17-ouro, todas do Metrô.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Solo dificulta obra do Metrô Higienópolis

02/10/2015 -  O Estado de SP

A futura Estação Higienópolis da Linha 6-Laranja do Metrô, a "linha das universidades”, deve ser o ponto mais difícil da construção do novo ramal. O solo frágil e muito argiloso requer cuidados adicionais, segundo o Consórcio Expresso Linha 6, grupo à frente da obra. Os imóveis ao redor da parada, na região central de São Paulo, estão sendo vistoriados e as análises, registradas em cartório.

"É uma garantia para nós e para eles (o Metrô)”, afirma o gerente de Operações do consórcio, Nicolas Eduardo Vasquez Tanwing. A medida é para evitar problemas como o da Linha 4-Amarela, que sofreu desabamento, em 2007, matando sete pessoas. Se durante as obras for identificado algum dano, o consórcio afirma que se responsabilizará pela restauração.

A empresa já começou a operar a primeira fábrica relacionada à construção da linha. Trata-se de um complexo de 2,6 mil m² em Perus, na zona norte da capital, que fará as estruturas do túnel que ligará São Joaquim (centro) a Brasilândia (zona norte). Serão erguidas 15 estações no total. Além do cuidado especial com a região de Higienópolis, a obra apresenta outro ponto crítico: a Estação Pacaembu. É que ali o projeto prevê a abertura de um ponto de abastecimento da escavadora, o que vai significar movimento constante e intenso de caminhões pelo bairro.

Diariamente, cem caminhões vão atravessar a cidade para transportar peças. Há também os veículos para o transporte da terra retirada dos túneis, que será depositada em Carapicuíba, segundo o licenciamento ambiental aprovado para o projeto.

Desapropriações.  A construção da Linha 6 é uma parceria público-privada (PPP). O consórcio tem como principal acionista um fundo de investimentos, além de empresas como Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC. O investimento é de R$ 9,6 bilhões. Ao Estado, cabem as desapropriações – são 371, das quais 180 já tiveram a imissão de posse definida pela Justiça. Outro trecho crítico fica no extremo norte: o pátio de manobras em Morro Grande. Segundo o consórcio, o acordo judicial do terreno já foi fechado.

Conforme cronograma do governo do Estado, a obra deve ficar pronta em 2019. A previsão é de que a linha seja usada por 633 mil pessoas diariamente.

Aduelas. A fábrica inaugurada em Perus está fazendo as "aduelas”, peças de concreto que, unidas, dão sustentação ao túnel por onde passarão os 22 trens previstos para a linha. Cada anel do túnel tem nove aduelas. A obra terá 7,3 mil anéis.

Essas peças são fixadas no solo pela mesma máquina que faz a escavação do túnel, equipamento apelidado de tatuzão. Há dois comprados para a construção da Linha 6, segundo o consórcio. "Um para o solo, que ficará do lado do centro, e outro para solo e rocha, que fica na zona norte”, diz o gerente de Operações Tanwing.

O plano é que os tatuzões sejam montados em uma área de operações entre a Marginal do Tietê e a Rua Balsa, do lado norte do rio, onde ficará a Estação Freguesia do Ó, e entre a Marginal e a Rua Aquinos, no lado centro. De lá, os tatuzões vão seguir em direção aos extremos da linha. A construção das estações, do miolo para as pontas, tem de acompanhar o avanço das obras no subsolo.

O primeiro dos tatuzões deve chegar à capital em março; e o segundo, em junho. Até lá, os engenheiros encarregados do projeto esperam ter um estoque de ao menos 2 quilômetros de aduelas para abastecer as máquinas – cada anel do túnel tem 1,8 metro. O concreto da fábrica de Perus terá um tratamento específico. A mistura de cimento, areia e pedra é acrescentada de pequenos filetes de ferro, para dar mais resistência ao material, e por pequenos fios de plástico especial.

"Fazemos isso porque temos de pensar na segurança. Durante a fabricação, algumas gotas de água ficam presas no concreto. Se há um incêndio no túnel, existe risco de explosão, uma vez que a água ferve e não tem como sair. O polipropileno cria um ‘caminho’ para a água sair com segurança”, diz Tanwing.

A água usada na mistura do concreto vem de um lago dentro da própria pedreira onde a fábrica está instalada e é reutilizada. "Tem tratamento da água e do esgoto”, afirma o gerente. Os moldes das aduelas e de outros equipamentos usados na formação das peças são importados da França.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Linha 4 do metrô paulistano: modernidade em transporte metroviário

24/09/2015 - ANTP

Parceiro da ANTP, canal Mova-se entrevistou o presidente da ViaQuatro, Harald Zwetkoff. Ele participou da Semana de Tecnologia Metroferroviária da AEAMESP.

A concessionária é responsável pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, considerada a mais moderna da América Latina e a primeira Parceria Público-Privada do País.

Em 2014, a Linha 4-Amarela transportou 194 milhões de passageiros. Ela faz integração com as demais linhas de metrô e de trem, fazendo com que todo o sistema funcione em rede. Começou a operar em 2011 com seis estações. Na segunda fase da operação foi aberta a estação Fradique Coutinho. Seguem ainda em construção quatro novas estações, responsabilidade do governo do estado. Até agora a ViaQuatro investiu 450 milhões de dólares entre sistemas, equipamentos e trens.

Desafogo para 'pinguins': ligação entre estações de metrô ganhará novo túnel

24/09/2015 - Folha de SP

Passinho pra cá, passinho pra lá. Anda devagarinho, para, anda de novo. Arruma a bolsa, olha a tela do celular. Esbarra na pessoa da frente, encosta na pessoa de trás.

Quem usa a ligação entre as estações Paulista e Consolação do metrô paulista sabe como é um sufoco andar por aquele túnel na hora do rush.

São tantas pessoas tentando passar pela ligação de 195 metros entre as linhas 4-amarela e 2-verde que esse caminho já foi apelidado por usuários de "marcha dos pinguins" -ave de pernas curtas e andar desengonçado que já foi citada até por um ex-presidente do Metrô para se referir a uma estação superlotada.

Para contornar esse aperto na ligação projetada para receber 263 mil pessoas por dia e que opera no limite desde a inauguração da estação Paulista, em 2010, engenheiros do Metrô concluíram que será preciso um novo túnel.

Por isso, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do governo Alckmin (PSDB) decidiu autorizar a concessionária ViaQuatro, que opera a linha 4-amarela, a preparar um projeto básico dessa obra, segundo a Folha apurou.

A decisão saiu após estudo que analisou 12 alternativas. A opção escolhida foi a construção de um novo túnel embaixo do atual, para deixar cada um com sentido único.

Dessa forma, a nova ligação será usada pelos passageiros que saem da estação Paulista e vão para a Consolação. Pelo projeto preliminar, esse novo túnel será conectado ao atual um pouco antes do início das esteiras.

Quem estiver indo para a avenida Paulista usará uma nova saída -segundo técnicos, cerca de 10% das pessoas usam esse túnel só por conveniência, pois não fazem integração com a linha 2-verde.

Já quem seguir para embarcar continuará pelas esteiras.

A intervenção deve demorar ao menos dois anos para ficar pronta depois que começar -ainda não há data de início porque, embora tenha dado aval ao projeto, a gestão tucana ainda estuda se será o próprio Estado ou a concessionária quem vai cuidar da execução da obra.

Mesmo que decida pela empresa, o governo terá que reembolsá-la de algum modo depois, pois é um custo não previsto no contrato.

A intenção de alterar a ligação chegou a ser anunciada pelo Metrô em 2013, com custo estimado, à época, em R$ 25 milhões e previsão de abertura até o final de 2015.

'NÃO TEM JEITO'

Em 2013, um problema em uma esteira chegou a deixar 20 feridos e causar tumulto entre os passageiros.

"Nossa, é muito lotado isso aqui, o fluxo é intenso o dia todo. Mesmo depois das 22h, quando volto para casa, fica cheio com o pessoal que sai da faculdade", diz a bancária Gláucia Fernanda, 28.

"Eu até mudo o horário para não ter que passar no túnel, espero ficar mais vazio. Das 17h30 às 18h30 é o inferno, então eu fico de boa e só volto para casa mais tarde. Acho que a solução é fazerem outro túnel mesmo, não tem jeito", afirma o estudante Renan de Oliveira, 17.

Além do novo túnel, também deve ser autorizada em breve uma outra saída da estação Paulista pela rua Bela Cintra -que chegou a ser anunciada para 2014.

A avaliação dos técnicos é que ela pode atender uma parte dos usuários do túnel, mas será insuficiente para resolver a superlotação. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Alckmin descarta 32 projetos de PPPs para infraestrutura no Estado

25/08/2015 - O Estado de SP

SÃO PAULO - O governo Geraldo Alckmin (PSDB) descartou 32 projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) em infraestrutura no Estado. Seis das propostas, no valor de R$ 13 bilhões, já haviam tido estudos ou licitação anunciados pela gestão, como a construção e operação de seis fóruns, de três complexos prisionais, de pátios para veículos apreendidos, da Linha 20-Rosa do Metrô e do Expresso ABC, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O governo informou que "não está excluindo projetos, mas ideias de empresas ou consórcios privados que não são prioritárias para o Estado ou cuja execução pode ser feita de forma mais eficiente e menos onerosa para o contribuinte". Em nota, disse também que "o Conselho Gestor de PPP pedirá que sejam submetidas propostas atualizadas, em face da mudança do cenário econômico e regulatório".

A área de mobilidade urbana foi a mais afetada com o arquivamento dos projetos, decidido por unanimidade pelo Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas em julho. A ata da reunião só foi publicada no sábado no Diário Oficial do Estado. Ao todo, 11 propostas envolvendo linhas de trem, Metrô e corredor de ônibus foram excluídas da carteira de PPPs. Entre elas está a Linha 19-Celeste do Metrô, que ligaria o bairro Campo Belo, na zona sul paulistana, a Guarulhos, e o Expresso Jundiaí, com 45 km de extensão unindo a capital à cidade do interior.

No caso do Expresso ABC, uma linha de trem com 25,2 quilômetros que ligaria a Estação da Luz, no centro, à cidade de Mauá, na região metropolitana, a desistência da PPP afeta uma promessa feita por Alckmin em 2006, no seu terceiro mandato. Já a PPP do Expresso Bandeirantes, que previa a ligação São Paulo-Campinas, foi abandonada após ter sido engavetada em 2008 pelo então governador José Serra (PSDB).

Segundo o Conselho Gestor das PPPs, 15 projetos foram extintos após as secretarias apontarem "incompatibilidade das propostas com as demais ações prioritárias de cada uma das pastas", como a operação de 11 unidades assistenciais de saúde e a construção de 10 mil unidades habitacionais. Outras 5 propostas, feitas pela iniciativa privada, não cumpriam os requisitos mínimos para análise, e 7 sequer foram avaliadas ou estavam paralisadas no governo.

No caso das linhas 19 e 20 do Metrô e do pátio para veículos apreendidos, a decisão foi tomada "em face do cenário de restrição orçamentária vigente", uma vez que o governo teria de aplicar dinheiro de contraprestação nos próximos anos.

A crise econômica tem afetado São Paulo de forma mais intensa. Só no primeiro semestre, a arrecadação com tributos encolheu 2,9% na comparação com 2014.

Já as propostas de construção de fóruns regionais e de prédios do Ministério Público receberam parecer contrário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) porque "as atividades exercidas pelo Poder Judiciário não seriam passíveis de delegação à iniciativa privada", o que levaria à "submissão" do Judiciário ao conselho e "violaria a separação dos Poderes".

Para Sérgio Lazzarini, professor de Estratégia do Insper, as PPPs continuam sendo de extrema importância para o Estado. "A chave é atrair mais o capital privado, ainda mais neste momento de crise, apresentando bons projetos e reduzindo o risco para o investidor."

Dessalinização.Alckmin também descartou de vez o investimento na construção de uma usina de dessalinização da água do mar para socorrer a região metropolitana ou em um polo produtor de água de reúso no Vale do Juqueri, na Grande São Paulo, em parceria com a iniciativa privada.

Ao todo, o Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas (PPPs) do Estado excluiu cinco projetos de saneamento da carteira de possíveis investimentos, dois deles relacionados à dessalinização. Um dos projetos, orçado em R$ 1,5 bilhão, foi apresentado ao governo em fevereiro deste ano por um consórcio formado por três empresas. Entre os defensores da ideia estava o economista Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp.

A proposta era construir uma usina no litoral paulista para "aliviar" os sistemas que abastecem a Grande São Paulo e estão em situação crítica, como o Cantareira e o Alto Tietê. Além de ser considerada cara pelo governo, a dessalinização da água do mar, adotada em países com grande estresse hídrico, como Israel, foi considerada incompatível com outras propostas prioritárias do governo ou inviável porque concorre com outros projetos em curso.

O conselho gestor das PPPs também excluiu da lista a proposta de universalização do Saneamento no Vale do Juqueri, em Franco da Rocha, e a constituição de polo produtor de água de reúso naquela cidade da Grande São Paulo. Orçado em R$ 835 milhões, o projeto beneficiaria 730 mil pessoas, chegando a 1 milhão em 2040, segundo proposta preliminar que estava em análise até o mês passado.

Barra Bonita.Também foi descartada pelo governo Geraldo Alckmin uma proposta de construção de um novo sistema produtor de água em Barra Bonita, a 260 quilômetros da capital paulista. O mesmo ocorreu com a ideia de fazer uma PPP para investimentos e manutenção das obras da calha do Rio Tietê, contra enchentes na capital paulista - a proposta começou a ser estudada por Alckmin em 2006. / F.L.

Propostas com chance.Dos 43 projetos que existiam na carteira de Parcerias Público-Privadas do governo Geraldo Alckmin, apenas 11 continuarão sendo estudados e têm alguma chance de sair do papel. Mas, de acordo com o Conselho Gestor das PPPs, todas as propostas serão "readequadas e atualizadas" e ainda não têm prazo de execução previsto.

Entre elas estão a que prevê implementação e operação de um moderno sistema de identificação digital, a produção de 14 mil moradias (avaliada em R$ 3,5 bilhões), a construção de uma rede de trens intercidades com 416 km de extensão, operação da Linha 5-Lilás do Metrô, modernização de escolas, logística de medicamentos, ampliação de estação de esgoto e construção do Complexo Cultural da Luz.

Segundo o conselho gestor, "lições aprendidas" nos 11 anos de existência do programa de PPPs demonstraram "a necessidade de um regramento mais preciso" com relação às "etapas da tramitação das propostas", "definição mais clara quanto as competências e responsabilidades" dos órgãos envolvidos, "transparência sobre as etapas do procedimento", "interação entre as secretarias" envolvidas nos estudos, "necessidade de inovação para permitir melhorias na realização e aprofundamento dos estudos".

Desde 2004, 11 projetos foram feitos por meio de PPPs, como a operação da Linha 4-Amarela do Metrô, a ampliação do Sistema Alto Tietê, e as construções da Linha 6-Laranja e do Sistema São Lourenço.

CONFIRA AS PROPOSTAS ABANDONADAS:

1. Prédios do Ministério Público

2. Gestão dos fóruns

3. Dessalinização da água do mar por osmose reversa

4. Implementação do sistema de dessalinização de água associada ao sistema de transporte para a região metropolitana

5. Implementação de linha de Metrô monotrilho interligando os bairros de Santo Amaro, Jardim Ângela e Capão Redondo

6. Expresso ABC

7. Expresso Bandeirantes

8. Expresso Jundiaí

9. Gestão, operação e manutenção de 11 unidades assistenciais de saúde

10. Bairro Inteligente

11. Construção de 10 mil unidades habitacionais na região metropolitana

12. Geração de energia elétrica por meio de aterros sanitários

13. Construção de Polo Produtor de Água de Reúso (PPP Saneamento Vale do Juqueri)

14. Construção, operação, manutenção e adequação da Linha 2 do Metrô

15. Construção, operação e manutenção do Parque Tecnológico do Jaguaré

16. Modernização da Linha 7-Rubi da CPTM

17. Sistema Produtor Tietê-Barra Bonita

18. Implementação, operação e manutenção da Linha 19-Celeste, do Metrô

19. Implementação, operação e manutenção da Linha 20-Rosa, do Metrô

20. Pátio Legal

21. Duplicação, operação e manutenção da Rodovia SP-079

22. Identificação Veicular

23. Manifestação de Interesse Privado (MIP) do Expresso ABC

24. Construção, operação e manutenção de 200 creches na região metropolitana

25. Monotrilho ligando Portuguesa-Tietê ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos

26. Calha do Tietê

27. Logística de alimentos e material didático, da Secretaria da Educação

28. Corredor de ônibus (Antônio João-Alphaville-Santana de Parnaíba)

29 e 30. Construção, operação e manutenção de extensão do Trecho Sul do Rodoanel e rodovia de acesso à Baixada Santista partindo do Trecho Leste do Rodoanel (Ligação SP-021)

31. Gestão e operação das unidades Poupatempo

32. Construção, operação e manutenção de unidades prisionais

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Atraso deixa 31 trens novos do Metrô parados

18/08/2015 - O Estado de SP

SÃO PAULO - O atraso do governo estadual para concluir obras de duas linhas de Metrô e para instalar o novo sistema de controle de trens que reduziria o intervalo entre eles tem mantido paradas 31 novas composições da empresa. Na Linha 5-Lilás, 15 estão no Pátio Capão Redondo, na zona sul de São Paulo – uma já foi pichada.

Na linha 5-Lilás, o primeiro trem está pronto para ser usado desde outubro de 2013. Mas ele só poderá entrar em operação em dezembro, quando deve ser concluída a instalação do sistema CTBC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação).

Isso porque os trens adquiridos são mais modernos do que o sistema operacional dos trilhos, que não estão preparados para operar com o CTBC. Ao todo, o Metrô comprou para a Linha 5-Lilás 26 composições modernas por R$ 615 milhões.

O contrato do Metrô com a CAF – a fabricante espanhola dos trens – prevê dois anos de garantia para todas as peças das composições. Quando começar a rodar, o primeiro trem recebido terá parte de sua garantia expirada.

A tecnologia CBTC é importante para reduzir o intervalo entre as composições e, assim, aumentar sua quantidade na linha, diminuindo a superlotação. A incompatibilidade com o CTBC, por exemplo, impede o uso imediato das composições no trecho entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás. Por meio da tecnologia, os trens são comandados por computador. Os sistemas sabem onde estão cada uma das composições da linha e qual velocidade estão desenvolvendo.

O sistema atual, analógico, chamado ATO, controla a distância entre os trens dividindo a linha em vários setores. Quando um trem está em um setor, não é possível que outro trem entre, garantindo a distância segura entre eles, mas reduzindo a quantidade de composições que podem rodar simultaneamente em uma linha.

Na Linha 5-Lilás, a entrega das obras de engenharia para sua extensão foi adiada quatro vezes – ela estava prevista para este ano. Em março, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu a conclusão em 2017.

Monotrilho. Já no monotrilho da Linha 15-Prata são mais 16 trens com CTBC sem uso no pátio da Estação Oratório. Ali, o problema principal é o atraso das obras de engenharia. Prevista para ser entregue em 2014, a linha começou a operar na semana passada, interligando a Vila Prudente ao Oratório, na zona leste. Ainda não há data para a conclusão da linha.

Segundo o Metrô, atrasos da Bombardier, empresa responsável pela modernização de via da Linha 5-Lilás, barram o uso dos novos trens. O prazo para conclusão era novembro de 2014. A Bombardier informou, por nota, que negocia dezembro deste ano como nova data de entrega.

Para especialistas, os vagões parados têm "custo social", já que o governo pagou para que eles fossem usados na operação comercial. Os engenheiros afirmam que, sem o sistema CBTC, os vagões não podem ser testados na integralidade. O Metrô nega e diz que os equipamentos passam por todos os testes.

"O prejuízo maior é o social, de investir e não ter o retorno da funcionalidade. Se vai colocar um dinheiro desse montante, é esperado um retorno. Esse valor poderia estar rendendo em outra coisa e agora está deteriorando", disse o mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Sérgio Ejzenberg.

'Não estão parados'.O diretor de Engenharia e Obras do Metrô, Paulo Sérgio Meca, afirmou que os trens "não estão parados". Segundo ele, as composições do Capão Redondo fazem avaliações do sistema CBTC em movimento. São usados trilhos com a tecnologia que ficam posicionados no pátio de manobras. "Já vínhamos testando os que foram entregues. Quando chegam, os carros são posicionados e eu posso iniciar os testes." Na Linha 5-Lilás, condutores operam os trens no sistema manual durante a madrugada.

Meca afirmou não haver problemas quanto ao vencimento do prazo de garantia porque existe um período de "mortalidade infantil" em trens novos. O Metrô afirma que é nesta fase que a companhia identifica os problemas para acionar a garantia de fábrica de dois anos. Ainda em nota, a empresa diz que trens são equipamentos que não possuem "data de validade".

Mesmo comissionados – com os testes feitos e prontos para a operação –, os equipamentos são colocados para rodar inicialmente em horários de baixo movimento. O Metrô diz que caso precise trocar peças após a garantia é possível fazer. O contrato com a CAF prevê que se ofereçam peças sobressalentes. No entanto, essas peças passam a ser pagas após o fim da garantia.

A Bombardier, responsável por instalar o sistema CTBC, alega elevada complexidade do projeto, cuja execução não é de sua exclusiva "responsabilidade" e diz que a instalação está em fase final. Em nota, a CAF informou que "não poderá se pronunciar" em função de "impedimento contratual" com o Metrô.

Trem sem condutor é mais veloz e eficiente

19/08/2015 - Valor Econômico

O passageiro desce na estação do metrô Plärrer, na área central da Nuremberg, e, ao andar pela plataforma, vê o trem fechar as portas e arrancar em velocidade. Seria uma cena comum não fosse o fato de o comboio seguir viagem sem um condutor a bordo. Nuremberg, no norte do Estado da Baviera, foi a primeira cidade da Alemanha a implantar um sistema de metrô totalmente automatizado. Esse sistema, com base na tecnologia da alemã Siemens, se espalhou por outras grandes cidades como Paris, Barcelona e Budapeste, na Europa, e também em São Paulo, no Brasil, onde funciona na Linha 4-Amarela do Metrô.

"O sistema automatizado de operação é melhor [do que o sistema tradicional] pois é mais flexível e permite maior rapidez no tempo de resposta", diz Oliver Früh, diretor de gerenciamento de tráfego da VAG, empresa controlada pela cidade de Nuremberg, responsável pelo sistema de metrô, de bondes e de ônibus em municípios da região. O metrô, com três linhas (duas das quais automatizadas), transporta cerca de 300 mil passageiros por dia.

A flexibilidade citada por Früh significa que se o número de passageiros aumenta por força de um grande evento, por exemplo, carros adicionais podem ser inseridos nos comboios do metrô de forma automática. A automação de sistemas permite aumentar a eficiência e a capacidade de transporte em até 50% uma vez que os trens transitam com intervalos menores entre uma composição e outra.

Há também economia de eletricidade pois os veículos consomem menos energia graças a ganhos nos processos de aceleração, tração e freios. Nuremberg, uma cidade antiga - com registros que datam da Idade Média -, tomou a decisão de implantar o metrô em 1972, ano da Olimpíada de Munique, a capital da Baviera. A região metropolitana de Nuremberg é formada por oito cidades nas quais vivem 2,6 milhões de pessoas. Só em Nuremberg são 833 mil habitantes.

A automação surgiu como uma forma de tornar a infraestrutura de transporte de massa mais eficiente e, nesse contexto, linhas de metrô vêm sendo modernizadas e equipadas com controle automático de trem (ATC, na sigla em inglês) e sistemas mais seguros. Intervalos mais curtos entre os trens, entre 80 e 90 segundos, são viáveis com a automação. A pontualidade do serviços também melhora.

No Brasil, apesar de melhorias e investimentos recentes, ainda há grandes desafios na área de mobilidade urbana, incluindo metrôs, trens metropolitanos e o transporte rodoviário. Parte desses desafios passa por melhorar a infraestrutura de transportes e também a segurança do tráfego, o que se relaciona com o gerenciamento de todo o sistema. O Rio vai passar por um grande teste de mobilidade urbana na Olimpíada de 2016.

Mas os desafios vão além do Rio. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pelos sistemas ferroviários em Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB) e Natal (RN), disse que tem previstas reformas, construções de novas estações e recuperação de vias permanentes. "Projetos que ainda estão em andamento possibilitarão no futuro a especificação e aquisição de sistemas de sinalização e comunicações", informou a CBTU em nota.

Em Nuremberg, a automação do metrô se deu no começo dos anos 2000 e foi implantada por etapas. Em uma fase intermediária do projeto, trens totalmente automatizados operaram junto com trens convencionais - com condutor - em uma mesma linha, um feito inédito em metrôs do mundo. O avanço da operação automática em Nuremberg reduziu em 40% o intervalo entre os trens, de dois minutos e trinta segundos no sistema convencional para um minuto e quarenta segundos no sistema automático. A operação automatizada em Nuremberg conta com funcionários treinados nas estações para dar suporte aos passageiros e por um centro de controle operacional no prédio da VAG onde o sistema é monitorado.

"O objetivo é usar a tecnologia para tornar uma solução mais eficiente em todo o ciclo de vida da operação", diz Paulo Stark, presidente da Siemens no Brasil. A tecnologia pode ser usada para gerar valor no negócio e para melhorar a taxa de retorno, afirmou. Citou como exemplo a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, onde a automação garantiu não só maior eficiência na operação, com redução no intervalo entre os trens, mas também mudou o sistema convencional de sinalização e controle. "Quando um trem fica mais tempo do que o previsto na plataforma, os trens que vêm atrás ajustam a velocidade e isso elimina fatores de ineficiência", disse Stark.

O Metrô de São Paulo informou que enquanto o sistema automatizado tem capacidade de operar com intervalo de 75 segundos entre cada trem, no sistema convencional esse tempo entre as composições é de 100 segundos. Segundo a ViaQuatro, concessionária que opera e faz a manutenção da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, a implantação do sistema de automação integral levou pouco mais de três anos.

"Apesar de aparentemente a operação ser mais simples devido ao alto grau de automação, o sistema em si é muito mais complexo em função da tecnologia empregada e de todos os sistemas de segurança e controle inseridos. A segurança e confiabilidade deste sistema são muito superiores a um sistema convencional. Por ser um sistema automatizado, está menos sujeito à interferência e falhas humanas", diz a ViaQuatro em nota.

A concessionária se referiu à linha 4-Amarela como o primeiro contrato de Parceria Público-Privada (PPP) assinado no país. A concessionária já investiu US$ 450 milhões entre sistemas, equipamentos e trens. Ao longo dos 30 anos da operação, a previsão é que a ViaQuatro invista US$ 2 bilhões.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Divulgado balanço do primeiro dia de operação comercial da Linha 15

12/08/2015 - Via Trolebus

O Metrô de São Paulo divulgou um balanço da operação do Monotrilho da Linha 15-Prata no primeiro dia de horário estendido. A nova linha passou a operar das 7h da manhã até as 19h00.

Em um levantamento entre às 7h00 e 16h00, foram contabilizados mais de 3.500 passageiros. O número se refere aos usuários que cruzaram a linha de bloqueio das estações Oratório e Vila Prudente da Linha 15 e também os passageiros que vieram da Linha 2-Verde, utilizando a transferência gratuita. O tempo de espera entre a composição foi em média de 4 a 6 minutos.

Os demais trechos da Linha 15-Prata até o bairro de São Mateus devem ser entregues a partir de 2017, segundo projeções do Governo Paulista. A expetativa é que o monotrilho transporte por dia 550 mil usuários, quando completo entre a estação Ipiranga e o Hospital Cidade Tiradentes.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Obras de extensão da Linha 2-Verde começam em 2016

10/08/2015 - Via Trolebus

Imagem de Eduardo Ganança

Foram iniciadas as desapropriações da extensão da Linha 2-Verde após Vila Prudente em direção a Guarulhos. Nosso leitor Mario Shimabukuro Filho nos enviou imagens da demolições de imóveis no bairro da Vila Formosa, nas imediações da futura Estação de mesmo nome próximo a Avenida Doutor Eduardo Cotching. 

Obras em 2016

Segundo a assessoria do Metrô, atualmente a expansão da Linha 2-Verde esta em fase de desapropriações e elaboração de projetos executivos. A companhia estima que as obras civis iniciem em 2016.

De acordo com o secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o Governo Estadual obteve um financiamento de R$ 1,5 bilhão reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de 4 novas estações sendo, Orfanato, Água Rasa, Anália Franco e Vila Formosa. Clodoaldo Pelissioni disse também que já será encaminhado um novo financiamento de R$ 2,5 bilhões de reais para a extensão até a estação Dutra.

A extensão de linha 2-verde acrescentará a rede metroviária 14,5 km, sendo que 14,1 km serão subterrâneos e 400m serão em superfície. A Linha 2- Verde ganhará 13 novas estações da Vila Prudente até a Dutra, e deve cruzar a Linha 3-Vermelha e a 11-Coral da CPTM no bairro da Penha, além da Linha 12-Safira na estação Tiquatira.

sábado, 8 de agosto de 2015

Em SP, falhas encarecem e atrasam obra do monotrilho

08/08/2015 - Folha de SP

Apresentado como uma solução rápida e barata para ligar a Vila Prudente até a Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, o monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô virou uma obra demorada e cada vez mais cara do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Uma entre outras obras atrasadas do metrô paulistano, esse projeto completo prevê um total de 18 estações, em um trajeto completo de 26,7 km. Mas há exatamente um ano apenas um trecho de 2,9 km, entre as estações Vila Prudente e Oratório, opera –em sistema de testes.

Nesta segunda (10), no mesmo trecho entre as duas únicas estações concluídas, o horário de funcionamento será ampliado (das 7h às 19h), e a tarifa de R$ 3,50 será cobrada.

A promessa de entrega da obra já mudou algumas vezes. Inicialmente, antes mesmo do atual edital, falou-se em 2012. A seguir, o prazo foi lançado para o final de 2015.

A obra não ficará completa antes do final de 2018 –até lá, a previsão oficial é concluir até nove estações.

O governo estima que gastará R$ 7,1 bilhões, mas já há ao menos dez aditivos de preço que vão encarecer a obra.

"Vantagens apresentadas, como a agilidade da obra e a interferência menor no viário, por exemplo, já deixaram de existir", afirma o consultor em transporte Flamínio Fichmann. Para ele, um BRT (tipo de corredor de ônibus com maior capacidade) teria sido mais barato e eficaz.

A reportagem conversou com pessoas ligadas à execução da linha do Metrô, que revelaram uma série de problemas, que vão de falhas tecnológicas a erros de projeto.

Entre eles, um erro no projeto obrigou a deslocar galerias subterrâneas de águas para a construção de estações, caso revelado pela Folha que ampliou os custos.

Mas esse é apenas um dos problemas. A licitação fatiada, com a construção da linha separadamente das estações, atrapalhou o andamento da obra, segundo engenheiros que atuam no monotrilho.

SÉRIE DE PROBLEMAS

Também houve atraso na chegada dos trens e problemas com sistemas de energia e softwares. Recentemente, técnicos resolviam falhas em um chip que passa informações dos pneus do trem para a central. Outro ponto problemático foi um sensor da porta, que emitia sinal incorreto.

A linha foi fechada nesta semana e, neste fim de semana, serão feitos os últimos testes. Usuários rotineiros reclamam da forte trepidação.

Quem mora próximo da linha afirma que, após um longo período com as obras paradas, os operários passaram a ser vistos com mais intensidade nos últimos três meses.

"Com esse começa e para só fica pronto em 2020", diz o pintor Marco Antonio Santos, 54, que mora perto da futura estação Camilo Haddad.

Dono de um bar perto da futura estação Vila União, Expedito Alves Coelho, 83, afirma que os sucessivos atrasos vêm causando prejuízo.

"Com essa obra na [avenida Luiz Ignácio de] Anhaia Mello, as pessoas não conseguem chegar aqui. E eu também não consigo trabalhar todos os dias, porque o barulho é muito alto", declara.

"Quando inaugurar, vai ser bom para mim. Mas já estou no fim da vida, não sei se vou ver isso não", completou.

Metrô nega erros e diz que estações estão sendo feitas

O Metrô nega que tenha cometido erros no projeto e diz que as vigas estão prontas até a futura estação Iguatemi.

Segundo a companhia, estão em andamento as obras de oito estações, de São Lucas a São Mateus. A previsão é que o trecho até Iguatemi esteja em funcionamento até 2018.

As obras do trecho até Cidade Tiradentes necessitam de outra medida. "É necessário o alargamento das avenidas Ragueb Chohfi, Estrada do Iguatemi e dos Metalúrgicos, em tratativas com Prefeitura de São Paulo, desapropriações e recursos financeiros", afirmou o Metrô, em nota, sem estipular um prazo.

Um dos entraves é a área de um pátio de manobras, próxima à Ragueb Chohfi.

A companhia afirma também que está em andamento o remanejamento da galeria de águas abaixo das futuras estações São Lucas, Camilo Haddad e Vila Tolstoi. "O Metrô tem conhecimento da existência da galeria do córrego da Mooca desde o projeto básico do monotrilho", afirma a companhia.

Segundo a nota, durante o desenvolvimento do projeto executivo, verificou-se a necessidade de soluções de engenharia. A opção de menor impacto foi o remanejamento.

A obra abrange melhorias, segundo o Metrô, como terminais de ônibus, sistema viário e ciclovia. Sobre a trepidação, o Metrô afirma que o monotrilho tem características específicas por utilizar pneus.

OBRAS ATRASADAS DA LINHA 15-PRATA

2010

Assinatura do contrato

Fim de 2015

Era o prazo para término das obras, que foi adiado para depois de 2018

OUTROS PROBLEMAS DA LINHA:

Falha

Houve problemas na rede com os sistemas de energia e softwares

Veículos

Trens demoraram para serem entregues

Galeria de águas

Uma galeria de águas pluviais sob a avenida Anhaia Mello terá de ser desviada para construir algumas das estações

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Com apenas duas frentes de trabalho, obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo poderão atrasar

06/08/2015 - Piniweb

O cronograma de obras de construção da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, que prevê a entrega de 15 novas estações entre Brasilândia e São Joaquim até 2020, poderá não ser cumprido.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o governo estadual deixou de repassar 30% dos recursos necessários para a desapropriação de cerca de 370 imóveis ao Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão e UTC, que compõe a primeira Parceria Público-Privada (PPP) integral do metrô paulista e será responsável também pela operação do sistema.

Por causa do impasse relativo às desapropriações, que deveriam ser concluídas em maio deste ano e estão orçadas em R$ 1 bilhão, o consórcio executa o empreendimento em apenas duas frentes de trabalho com 700 empregados. Pelo cronograma inicial, a obra deveria estar sendo executada em 15 canteiros, um para cada futura estação, e com 2,5 mil operários.

Orçada em R$ 9 bilhões, sendo metade de investimentos públicos e metade de privados, a Linha 6-Laranja terá 15,3 km de extensão e será operada por 19 anos, a partir de 2020, pelo consórcio construtor. Para as obras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou empréstimos de R$ 4,47 bilhões para o Governo de São Paulo e de R$ 1,65 bilhão para o consórcio.

Serão construídas as estações Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, SESC-Pompéia, Perdizes, PUC-Cardoso de Almeida, Angélica-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Metrô de SP rescinde contrato com consórcio

31/07/2015 - Valor Econômico

O governo do Estado de São Paulo rescindiu os contratos que tinha com o consórcio Isoluz Córsan¬ Corviam, responsável pelas obras das estações da Linha 4¬amarela do metrô de São Paulo.

A Secretaria de Transportes do Estado informou que o rompimento se deve à falta de cumprimento dos prazos estabelecidos, de abandono da obra, de ausência de pagamento das subcontratadas e de violações de várias cláusulas contratuais. Segundo a pasta, o consórcio foi notificado sobre a decisão unilateral na quarta¬feira e a multa pode chegar a R$ 23 milhões.

O consórcio era responsável por duas obras. A primeira refere¬se às estações Oscar Freire, Higienópolis¬Mackenzie, Pátio e Terminal Vila Sônia. O segundo lote se refere às estações São Paulo¬Morumbi e Vila Sônia. Após o anúncio do rompimento, a Corsán afirmou que o Metrô de SP apresenta limitações gerenciais e que foi a própria empresa que pediu a rescisão do contrato.

As obras da segunda fase da Linha 4 foram iniciadas em abril de 2012. Até o momento, foi entregue apenas a estação Fradique Coutinho, em novembro de 2014.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Governo do Estado rompe contrato da Linha 4 do Metrô; obras devem atrasar

31/07/2015

O Estado de SP / O Globo / Folha de SP| O Estado de SP / O Globo / Foha de SP

Governo do Estado rompe contrato da Linha 4 do Metrô; obras devem atrasar
O Estado de SP

O governo do Estado anunciou nesta quinta-feira, 30, o cancelamento do contrato com o Consórcio Isolux-Corsán-Corviam e a consequente paralisação das obras da Linha 4-Amarela do Metrô, ramal que começou a ser construído em 2004, tinha conclusão prevista para 2014 e ainda tem quatro estações inacabadas. Agora, não há nova data para entrega da linha, que um dia ligará a Estação da Luz, no centro da cidade, à Vila Sônia, na zona oeste.

A paralisação suspende as obras em andamento nas Estações Higienópolis/Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo/Morumbi e Vila Sônia. Nesta última, havia previsão ainda de um pátio de manobras e a construção de um túnel até Taboão da Serra, que também receberia uma estação posteriormente.

A notícia significa mais espera para quem mora ou trabalha na região e pretende reduzir o tempo de viagem no transporte público ou mesmo abandonar o carro. "Infelizmente, a gente acaba se acostumando com esse atraso", diz o analista de Marketing Lucas Lelis, de 25 anos, que mora na zona norte e trabalha perto de onde será a Estação Oscar Freire, em Pinheiros, zona oeste.

Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o Estado se viu obrigado a cancelar os dois contratos com o Consórcio Isolux-Corsán-Corviam por causa de atrasos na execução dos serviços. "Lamentavelmente, o consórcio não conseguiu fazer as obras, e não há como esperar mais. Então, nós estamos fazendo a rescisão contratual. O consórcio será duramente penalizado, e a obra será relicitada", afirmou Alckmin.

O governador disse acreditar que não haverá novo atraso na conclusão das obras. Para ele, há outras empresas que podem fazer o serviço.

Atrasos. Já segundo o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, a licitação para escolha das novas empresas só começará dentro de pelo menos um mês. "As obras devem ser retomadas no fim deste ano ou no começo do ano que vem."

Nesse cenário, o cronograma atual de entrega das obras será atrasado em ao menos cinco meses, segundo as informações do secretário. As obras dessa etapa começaram em 2011 e tinham prazo de término em 2014.

A Estação Higienópolis/Mackenzie está com 60% das obras prontas e, segundo Pelissioni, precisa de mais 12 meses para ficar pronta. A previsão era de que a entrega fosse no ano que vem. No caso da Estação Oscar Freire, há 40% de conclusão dos serviços, e os trabalhos devem durar 15 meses.

Já as Estações São Paulo/Morumbi e Vila Sônia são as mais críticas. No caso da primeira, os serviços não terminam em menos de 18 meses. A promessa de entrega é 2017. Na Vila Sônia, as obras só devem ser entregues dois anos após a assinatura dos novos contratos. O cronograma prevê entrega em 2018.

A atual rodada de atrasos da Linha 4 começou em novembro de 2014, quando parte dos trabalhos chegou a parar e Estado e consórcio entraram em conflito. O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) chegou a ampliar a linha de crédito em mais R$ 20 milhões. "Há cerca de dez dias, a empresa praticamente abandonou a obra. Tínhamos lá poucas pessoas cuidando do canteiro", disse Pelissioni.

Há saldo de US$ 360 milhões na linha de crédito do BIRD para a finalização da obra. Até aqui, o Estado gastou ao menos R$ 18,9 milhões. O Metrô promete multar o consórcio em R$ 23 milhões e impedi-lo de participar de licitações.

Grupo diz que projetos estavam incompletos

O processo de arbitragem da rescisão dos contratos entre o Metrô de São Paulo e o grupo espanhol Isolux Corsán deverá demorar, no mínimo, um ano para ser concluído. As duas partes se acusam de descumprir o contrato para construção de estações da Linha 4-Amarela do Metrô, numa briga que se tornou pública em fevereiro. Na ocasião, Alckmin ameaçou rescindir o contrato com a espanhola.

No dia 14 deste mês foi a vez de a Isolux reclamar da falta de regularização de vários itens dos dois contratos em vigência, como a celebração de aditivos relacionados a prazos e obras. Em carta de 14 páginas enviada ao Metrô, a empresa afirmava que, se os problemas não fossem solucionados, não haveria outra saída a não ser pedir a rescisão do contrato por meio de arbitragem - ou uma rescisão amigável entre as partes.

Entre as reclamações, o grupo espanhol afirmava que, além de demorar 27 meses para entregar o projeto executivo das estações (de responsabilidade do Metrô) e liberar as licenças, os relatórios vieram incompletos e com falhas até mesmo de concepção do projeto. Para resolver as pendências, foram enviadas 99 correspondências relatando os problemas, sem uma solução objetiva.

Além disso, segundo uma fonte próxima da negociação, o governo propôs, em junho deste ano, a redução do escopo da obra por causa do aumento do preço. Algumas obras deixariam de ser feitas para se adaptar aos recursos disponíveis, mas não ficou definido que tipo de construção seria descartada ou priorizada.

A extensão dos prazos para a conclusão da obra seria um dos motivos para o estouro do orçamento. Quanto mais tempo se demora para concluir um projeto, maior o valor gasto na obra por causa das despesas fixas, como o salário dos funcionários, aluguel de equipamentos, etc. No contrato que inclui a Estação Vila Sônia, o prazo inicial era de 30 meses para a conclusão das obras, em 26 de dezembro de 2014. Esse prazo foi ampliado para 5 de novembro deste ano. Em fevereiro, houve a tentativa de ampliar novamente esse prazo, desta vez para 24 de outubro de 2018. No total, o projeto demoraria 75 meses para ser concluído - esse cronograma não foi aceito.

Para a espanhola, o contrato ficou temerário, já que o Metrô não aceitava oficializar as decisões. Agora, as acusações serão analisadas e confrontadas dentro da Câmara Internacional de Arbitragem. 

O Globo

Governo de SP rescinde contrato de obra do Metrô

Argumento é que estações não foram entregues no prazo contratado

SÃO PAULO - O governo de São Paulo decidiu rescindir o contrato com o consórcio Isolux Corsan-Corviam, responsável por obras da linha 4 do Metrô. Segundo o Metrô, o consórcio foi notificado pelo não cumprimento de prazos do contrato, firmado em 2012, e a multa pode chegar a R$ 23 milhões. Em 2014, os canteiros de obras ficaram praticamente parados. Uma nova licitação será feita, mas as obras devem atrasar pelo menos um ano.

A decisão foi tomada em conjunto com o Banco Mundial, financiador do projeto. Em março passado, já havia sido decidida a rescisão do contrato das estações São Paulo- Morumbi e Vila Sônia, mas o consórcio se comprometeu a entregar as estações Oscar Freire, Higienópolis- Mackenzie, o pátio e o terminal de ônibus de Vila Sônia em 2016. Mas as obras também não avançaram. O consórcio argumenta não ser a responsável pelos atrasos e alega que não recebeu os projetos, feitos por uma consultoria contratada pelo Metrô. O Metrô nega.

 

Segundo o balanço do estado, entregue à Assembleia Legislativa em março último, São Paulo não conseguiu gastar 67% do dinheiro disponível para obras do Metrô entre 2011 e 2014. Do R$ 1,4 bilhão disponível, apenas R$ 460 milhões foram usados. O documento mostra que houve reprogramação de cronogramas de obras, atraso de projetos e licitações, e alteração de métodos construtivos. A Linha 4 tem 13 quilômetros, e seus contratos somam R$ 650 milhões. O projeto original previa conclusão em 2013.

Folha de SP

Entrega de estações da linha 4 do metrô de SP atrasará 1 ano

Estado fará nova licitação e adia em mais um ano novas estações da linha 4

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) rescindiu a contratação da obra das novas estações da linha 4-amarela do metrô de São Paulo –que deverão sofrer um novo atraso de pelo menos um ano.

O rompimento do contrato foi anunciado com a justificativa de que as empresas do consórcio Isolux Corsán-Corviam, responsável pela construção, não respeitaram prazos, abandonaram os trabalhos, não atenderam normas de qualidade e segurança e deixaram de pagar subcontratadas e fornecedores.

Na assinatura do contrato, em 2006, a previsão do governo tucano era que todas as estações estivessem concluídas até 2010. Agora, a perspectiva mais otimista é 2018.

A linha 4 já opera hoje com sete estações, transporta 700 mil pessoas por dia e é uma das principais da rede, por fazer interligação com outras três do metrô e três de trem.

Nova concorrência será aberta até setembro para selecionar outra empresa que possa concluir as quatro estações pendentes: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.

"Não há como esperar mais. O consórcio será duramente penalizado. Todas as multas, punições, inabilitação para participar de licitações", disse Alckmin, ao justificar a rescisão contratual.

O Metrô diz que a decisão foi unilateral e haverá multa de R$ 23 milhões ao consórcio –liderado por uma construtora espanhola que está entre as maiores do mundo.

O consórcio diz que a solicitação de rescisão partiu dele, que há "limitações gerenciais" no Metrô e que cobrará pagamentos não recebidos.

Além das quatro estações pendentes da linha 4, a Corsán era responsável pela Fradique Coutinho, inaugurada em novembro de 2014.

Essas obras foram iniciadas em abril de 2012, ao custo total de R$ 559 milhões.

A estação inacabada em estágio mais avançado –com 60% das obras concluídas– é a Higienópolis-Mackenzie, cuja última previsão de abertura era início de 2016. Agora, ficará para 2017.

O mesmo ocorre com a parada Oscar Freire, que tem 40% das obras realizadas.

As estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, com obras menos adiantadas, devem ficar prontas no segundo semestre de 2017 e no início de 2018, respectivamente –caso não haja novos entraves.

A linha 4 foi a primeira do metrô feita por meio de parceria com a iniciativa privada, para agilizar a expansão da rede metroviária paulista.

O Estado pagou a construção, e uma concessionária banca trens, equipamentos e a operação. Com a segunda fase completa, ela terá 11 estações e 12,8 km de extensão.

O acidente que abriu uma cratera na estação Pinheiros, em 2007, deixando sete mortos, foi um dos motivos para mudanças nos cronogramas.

Uma linha ligando a zona oeste ao centro já constava do primeiro mapa do metrô de São Paulo, em 1968.

O primeiro projeto básico foi consolidado em 1993, e a construção da linha chegou a ser anunciada pelo então governador Mário Covas (PSDB) em 1995.

Futuras estações viram 'obras fantasmas'

Operários não aparecem ou ficam ociosos nos canteiros das paradas Oscar Freire e Higienópolis, dizem vizinhos

Com a paralisação dos trabalhos, pedreiros passam o dia sem fazer nada, afirma porteiro de prédio próximo

Os locais das futuras estações Higienópolis-Mackenzie, no centro, e Oscar Freire, na zona oeste, se transformaram em "canteiros de obras fantasmas" do metrô de SP.

"Já tem uma ou duas semanas que ninguém aparece aí", afirma o zelador Eliseu Cícero, que trabalha em um prédio em frente às obras da Higienópolis-Mackenzie.

Nas proximidades da futura estação Oscar Freire, o porteiro Reinaldo Caetano, que trabalha há mais de dez anos em um prédio na mesma rua, conta que não vê nenhuma movimentação na obra há cerca de seis meses.

Também porteiro na mesma região, José Gomes diz que, do último andar do prédio, consegue ver pedreiros da obra, mas todos passam o dia deitados, sem trabalhar.

"Parecem que só vêm aqui bater o ponto, porque não fazem nada", afirma Gomes.

O pedreiro Ivan dos Santos também reclama da lentidão. "Inauguraram a [estação] Fradique Coutinho e aqui, que passa todo mundo, nada."

Aposentada e moradora da Oscar Freire, um dos pontos comerciais mais nobres da capital paulista, Helenice Lourenço diz que faz tanto tempo que estão prometendo a conclusão da estação que resolveu não se preocupar mais com as datas.

"Tem gente que precisa muito e, enquanto isso, fica tudo parado", diz.

Presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Consolação e Adjacências, Marta Porta afirma que o impacto desses atrasos é grande para a região.

"Precisamos dessa estação. O transporte público já está saturado. As pessoas têm que descer na avenida Paulista e caminhar quadras e quadras até chegar em casa."

Segundo ela, a associação está coletando informações para se mobilizar a respeito da paralisação das obras.

A linha 4, que já opera com sete estações na cidade, é uma das principais de São Paulo, com interligações com linhas de trem e os ramais Paulista, norte-sul e leste-oeste do metrô.

Atraso trará duplo dano financeiro a governo de SP

Além da nova licitação, Estado briga na Justiça com operadora da linha

Secretário estadual de Transportes não fala em números, mas admite que custo com novo processo será 'elevado'

O rompimento do contrato das obras da linha 4-amarela do metrô de São Paulo vai provocar um duplo prejuízo financeiro à gestão Alckmin.

O primeiro será devido à nova licitação que será aberta para a conclusão da linha.

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirma que documentos serão enviados ao Banco Mundial, que financia a obra, na próxima semana.

"Esperamos que entre o final de agosto e o início de setembro consigamos publicar a licitação, para poder retomar as obras [nas estações] no início do próximo ano", diz.

Assim ficaria mantida a última previsão de conclusão da linha, em 2018. O prazo, porém, depende desse novo plano do governo dar certo, o que inclui concluir em tempo recorde uma licitação para obras deste porte.

O valor do certame ainda não foi calculado, mas o secretário estima que será "elevado". O consórcio Isolux Corsán recebeu R$ 201 milhões dos R$ 559 milhões previstos, mas o orçamento terá que ser recalculado na nova licitação.

Segundo Pelissioni, além de multar a construtora, o governo também pedirá reparação de danos na Justiça.

REEQUILÍBRIO

O segundo prejuízo do Estado com o novo atraso nas obras virá em processo movido pela concessionária ViaQuatro, responsável por 30 anos pela operação da linha.

A empresa diz ter sido prejudicada pela demanda perdida, pois a linha era para estar pronta desde 2010, transportando um milhão de pessoas por dia. Hoje, com quatro estações em obras e sete em operação, o ramal leva 700 mil passageiros/dia.

A cada atraso no cronograma, cresce a quantia pedida pela concessionária.

Governo e concessionária não revelam os valores discutidos, mas técnicos estimam que a pendência pode atingir dezenas de milhões de reais.

Pelissioni diz que o caso está em discussão na Justiça.

Metrô paulista tem limitação gerencial, afirma consórcio

O consórcio Isolux Córsan-Corviam, responsável pelas obras da linha 4-amarela, afirmou que a iniciativa de rompimento do contrato partiu dele e que há "limitações gerenciais" no Metrô de SP.

Ele afirma que entregou há cerca de 15 dias uma carta à companhia cobrando documentos que inviabilizavam a continuidade das obras.

Entre eles, a regulação de aditivos (alterações contratuais) e a entrega de projetos executivos (mais detalhados do que os projetos básicos).

"Como não houve nenhuma manifestação do Metrô, reforçando as limitações gerenciais daquele órgão, a empresa tomou a decisão de pedir a rescisão do contrato e encaminhar a questão para um processo de arbitragem. Isto também significa que nenhuma multa foi aplicada", informou ele, em nota.

A Corsán também participa de lote do Rodoanel Norte com a empreiteira Mendes Junior, envolvida na Operação Lava Jato. O governo diz que a obra tem ritmo "crítico" e estuda uma rescisão.

O consórcio Isolux Córsan-Corviam disse ainda que problemas financeiros de outras obras tocadas por ele no país não impactaram na execução da linha 4-amarela em SP.

Segundo a empresa, foram feitas melhorias além do previsto no projeto, sem que isso tivesse sido pago pelo Metrô. O consórcio cita como exemplo a estação Fradique Coutinho. Afirma que nela estavam previstas paredes com cimento queimado, revestimento que acabou alterado para pastilhas coloridas, a pedido da companhia ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), encarecendo os custos.