segunda-feira, 31 de maio de 2010

Expansão do Metrô-SP não acabará com superlotação, dizem especialistas


31/05/2010 - 14:03 (atualizada em 31/05/2010 14:30) -Abril.com


Projeto prevê aumento de 55% da demanda atual que, apenas nas três principais linhas, chegou a quase 3,5 milhões por dia em abril deste ano; Metrô de São Paulo é um dos mais densos do mundo

Luiza Furquim
Multidão se espreme na plataforma esperando a chegada do primeiro trem da Linha Amarela - Divulgação
Multidão se espreme na plataforma esperando a chegada do primeiro trem da Linha Amarela
A inauguração da primeira fase da Linha Amarela do Metrô de São Paulo, no último dia 25, ocorreu com a promessa de aumentar o conforto dos passageiros e reduzir o tempo das viagens. No entanto, o projeto Expansão SP prevê aumento de 55% da demanda atual que, apenas nas três principais linhas (Azul, Verde e Vermelha), chegou a quase 3,5 milhões por dia no mês de abril deste ano.

Imagine um aumento de 55% no número de passageiros por vagão no metrô de São Paulo, que já é um dos mais densos do mundo, com 11,6 milhões de usuários transportados anualmente por quilômetro de linha. Imagine aumentar a densidade da Linha Azul, que ultrapassa a capacidade de carregamento em mais de 10 mil pessoas por sentido no horário de pico.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos divulgou em nota que as conexões da Linha 4-Amarela – também conhecida como “linha da integração”, permitirão redistribuir a demanda das outras linhas. Ela contribuirá, assim, para desafogar pontos de grande movimento, como a estação da Sé, que ostenta o título de mais movimentada do Metrô e registrou, em março, circulação de 781 mil usuários por dia.

No entanto, especialistas em engenharia de tráfego consultados pelo Abril.com afirmam que o Expansão SP terá impacto pouco significativo na diminuição da densidade de passageiros por metro quadrado no sistema metroviário. Para eles, o benefício da redistribuição ocorrerá, sim, mas será compensado pelo aumento da demanda, o que demonstra o atraso do Metrô frente às necessidades da cidade.

Cláudio de Senna Frederico, vice-presidente da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), estima que, “tão cedo”, o Metrô não vai aliviar o caos do horário de pico, pois um dos problemas desse meio de transporte é justamente o seu sucesso.

Para o engenheiro e consultor Sergio Ejzenberg, a Linha Amarela, com seus quase 13 km de extensão e 12 novas estações – além da previsão de 750 mil passageiros por dia na primeira fase e 970 mil ao término da segunda – não resolve o problema da mobilidade na capital.

Ele diz que o Metrô de São Paulo tem uma extensão “vergonhosamente insuficiente” e que seriam necessários 500 km de trilhos para acomodar a demanda por transporte coletivo. O Expansão SP prevê aumentar os trilhos para 240 km, contando com 162 km da CPTM, que será transformada em Metrô de superfície (o que exige uma série de alterações nas linhas).

“O governo está fazendo muitos investimentos inúteis”, afirma, referindo-se à política de “plantar asfalto”, que privilegia investimentos em obras de ruas e viadutos, por exemplo. “Se estamos plantando pontes, vamos colher trânsito.”

Ele questiona por que não pode ser feito em São Paulo o que aconteceu na cidade de Barcelona, na Espanha. Para sediar os jogos olímpicos de 1992, foram construídos 80 km de trilhos em cinco anos, um ritmo cerca de três vezes maior do que a previsão para a capital paulista.

A conta do engenheiro exclui a CPTM. Para ele, o projeto deveria privilegiar a criação de uma malha reticulada (feixes paralelos de linhas) no subterrâneo do centro expandido da cidade. “É possível construir linhas a 800 metros de distância uma da outra”, diz.

Já Frederico sustenta que “as pessoas têm que ter alternativas ao Metrô”. O engenheiro aponta como saída o investimento em corredores de ônibus com linhas “racionais”. Segundo ele, seriam necessários cerca de R$ 3 bilhões para modernizar o sistema de ônibus, aproximadamente 13% do que está sendo investido no Expansão SP.

Na visão do vice-presidente da ANTP, um sistema de ônibus de qualidade seria capaz de competir com o Metrô pela preferência do usuário. Assim, os quase 800 mil passageiros dos 1.172 ônibus de 79 linhas municipais vindas do Centro ou do Largo da Batata e que terão acesso à estação Faria Lima (segundo estimativa da SPtrans) ficariam mais dispostos a utilizar outros meios “espontaneamente”.

A crítica da falta de vontade política está nas falas de ambos. Para Frederico, o governo investe em Metrô só porque “dá mais voto”. Ejzenberg pontua que o investimento em Metrô não deve recair apenas sobre o governo do Estado, mas contar com recursos da União e do município, que pouco atuam nesse sentido.

“A falta de mobilidade compromete o futuro da cidade”, alerta Ejzenberg. Ele explica que o custo da locomoção coloca freios no desenvolvimento e provoca, num grau extremo, o “suicídio demográfico”.

Quando os passageiros do Metrô começam a fazer “viagem negativa” – tomar uma linha de trem contrária a que deseja ir para encontrar uma estação mais vazia – significa que “o sistema (de transportes) está falido”.

Outro lado
“À primeira vista, parece que tudo isso vai acontecer mesmo”, começa o engenheiro de tráfego Peter Alouche, que conta com 35 anos de experiência em Metrô. “Eu sou mais otimista. A demanda vai se acomodar. A Linha 4 é parte do esquema de formar uma rede.”

Ele afirma que, nos primeiros meses, é provável que haja uma sobrecarga por conta da nova linha, mas a redistribuição da demanda vai acabar com o problema ao criar novas possibilidades de trajeto para os usuários.

Por exemplo, atualmente, a única opção para ir da estação República até a Paulista é tomar a Linha Vermelha até a Sé, baldear para a Linha Azul, descer na Paraíso e pegar a Linha Verde. Com a Linha Amarela, será possível fazer o trajeto direto. “Se um caminho estiver lotado, ele poderá ir pelo outro”, diz Alouche.

Há ainda os novos trens anunciados pelo Metrô – 14 já na primeira fase – e a diminuição do headway (intervalo entre estações). Na Linha Azul, tempo da viagem entre duas estações passará de 109 segundos para 95; na Vermelha, de 101 segundos para 85.

Mais que criar novas linhas, o engenheiro aposta em interligar aquelas que já existem. “É preciso fazer a chamada linha circular, como no metrô de Londres ou do Japão.” Essa necessidade vem de uma mudança na estrutura de São Paulo, que já “não é uma cidade radial; está se tornando uma cidade multipolar”.

Segundo ele, isso seria feito por meio de trens leves, com capacidade para até 20 mil pessoas por hora e sentido. Esse tipo de trem já está previsto no projeto de expansão nas futuras linhas 17-Ouro e 16-Prata, assim como no prolongamento da Linha 2-Verde, de Vila Prudente até Cidade Tiradentes.

Metrô de SP receberá mais portas de plataforma



31/05/2010 - Transporte Idéia
O metrô de São Paulo vai receber, em pelo menos mais sete estações, portas de vidro de plataforma, com abertura sincronizada com as portas dos trens. As portas deverão ser instaladas até o fim deste ano, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”.
Um contrato assinado entre o Metrô e o consórcio Trends Poscon prevê a instalação das portas em todas as estações da Linha 3, a mais movimentada do sistema. Isso deve acontecer ao longo de 2011.
Três estações já possuem os equipamentos: Sacomã (da Linha 2 - Verde), que opera com o sistema desde o fim de janeiro, e as duas novas paradas da Linha 4 - Amarela, inauguradas na última semana: Paulista e Faria Lima.
O consultor em transporte Peter Alouche explicou a função das portas. “As portas de plataforma aumentam substancialmente a segurança, evitando a queda de objetos e de pessoas nas vias, inclusive suicidas. Ainda impedem que pessoas autorizadas e animais entrem nos trilhos”, disse.
Até o fim do ano, 10 das 62 estações que formarão a rede (atualmente são 58 estações) deverão contar com as portas.

sábado, 29 de maio de 2010

Metrô vai instalar barreira antirruído em três estações

25/05/2010 - Destak

Alvo de reclamação de muitos paulistanos que vivem perto do Metrô, o excesso de ruído gerado pelos trens em trechos elevados vai fazer com que barreiras acústicas sejam instaladas entre as estações Pedro 2º, Brás e Bresser-Mooca.

A medida será adotada até o final do ano. O bloqueio será uma espécie de parede com altura variada, que acompanhará os trilhos e será revestida de materiais isolantes, como cortiça.
O Metrô não divulgou quanto deve ser investido nas barreiras, que estão em fase de licitação.
Em 2009, o Metrô investiu R$ 4,7 milhões em barreiras acústicas no trecho elevado próximo à estação Parada Inglesa, na zona norte.
Problema crônico em linhas ferroviárias, os ruídos são mais graves na linha 1/Azul e em trechos da linha 3/Vermelha, que, por serem mais antigas, não passaram por licenciamento ambiental quando foram construídas.

Computadores 'pilotam' sala de comando da Linha 4-Amarela do Metrô


Central na Vila Sônia recebe dados online sobre consumo de energia elétrica, funcionamento do sistema de freios, tração e até ar condicionado

27 de maio de 2010 | 13h 26
Eduardo Reina - O Estado de S. Paulo
Andar num trem de metrô sem condutor, como o existente na Linha 4-Amarela de São Paulo, é o mesmo que viajar num avião no piloto automático. Computadores comandam tudo. A diferença é que no avião os controles ficam no computador de bordo ao lado do piloto. Nos trens da Linha 4 o controle é feito de modo remoto direto do centro de controle operacional (CCO), localizado no pátio Vila Sônia, zona oeste da capital, onde é feita a manutenção e há a garagem do ramal.
O envio de dados das composições do metrô em operação para o CCO tem o mesmo procedimento da telemetria utilizada nos carros de Fórmula 1, com dados online sobre consumo de energia elétrica, funcionamento do sistema de freios, tração e até ar condicionado dentro do trem.
O sistema de controle da nova linha é totalmente automatizado, o que torna as operações mais precisas e rápidas. A base do sistema é a comunicação integral com o trem através de rádio. "É o mesmo modelo de funcionamento do transponder do avião. Antenas estão colocadas em todo o túnel. É informada a localização do trem, sua velocidade, o abre e fecha das portas da composição, o abre e fecha das portas de plataforma nas estações", explica Luís Valença, diretor-presidente da ViaQuatro, concessionária da Linha 4.
Com um toque no mouse, o operador no CCO pode aumentar ou diminuir a velocidade do trem, manter a composição mais tempo parada na plataforma, segurar a porta de plataforma aberta ou mesmo inserir mais um carro no sistema caso a demanda de passageiros seja maior que o esperado. "No dia da inauguração, o operador segurou a porta de plataforma aberta por mais tempo que o definido (30 segundos) para que o governador (Alberto Goldman) entrasse no trem junto com toda a comitiva. Esse é um exemplo do que os operadores podem fazer", explicou Valença.
Ontem, segundo dia de operação assistida da Linha 4, um problema considerado de rotina mas não informado, levou o CCO a segurar um trem que ia no sentido Estação Paulista mais tempo no túnel antes de chegar à plataforma. "Foi um problema considerado normal, sanado rapidamente", justificou o diretor da concessionária.
E qual a garantia que um sistema não falhe e provoque algum problema na operação colocando em perigo a segurança? Para todos os principais sistemas existentes - alimentação de energia elétrica, operação do trem, controle de frenagem, controle de velocidade, entre outros - há sempre um sistema reserva. É o chamado sistema de redundância. Se um falha, o outro assume a posição instantaneamente. "Se o sistema que alimenta o trem, chamado de on board control unit (OBCU) falhar, tem um segundo que o substitui. O CCO vai julgar o tamanho da falha e determinar se o trem continua a operar ou precisa ser recolhido", explica Valença.
As portas de plataforma de vidro nas estações foram colocadas para isolar os trilhos. Se forem forçadas, o sistema entende que foram abertas à força e bloqueiam o acesso dos trens às estações. As composições param 30 metros antes ou depois das plataformas até que a segurança confirme que não há nenhum usuário nos trilhos.
A automação do sistema, segundo o consultor em transportes Peter Alouche, que trabalhou por 35 anos no Metrô, sempre existiu em São Paulo. "Não é uma novidade do outro mundo. Em 1974, quando foi aberta a Linha 1-Azul, já entrou em operação oautomatic train operation (ATO), que nada mais é do que o condutor nos carros utilizado apenas para abrir e fechar as portas nas estações. O restante da operação é feito por comandos do CCO", conta Alouche. De acordo com José Geraldo Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp), o sistema ATO funciona nos horários de maior movimento do metrô, quando é necessário colocar mais carros para atender a toda a demanda existente.
Aliás, o novo sistema de comunicação via rádio utilizado na Linha 4 permitirá, quando todas as 11 estações estejam em operação em 2012, que o tempo de partidas dos trens nas estações chegue a 75 segundos. Hoje o recorde na Linha 3-Vermelha é 101segundos. "Com 75 segundos será o menor intervalo do mundo", diz Gerson Toller, presidente da Feira Negócios nos Trilhos. O recorde de menor intervalo é do metrô de Moscou, com 90 segundos de intervalo entre os trens.
O sistema de monitoramento no CCO da Linha 4 é feito por um vídeo wall, uma grande tela de 12 metros de comprimento. Nessa tela gigante é possível acompanhar toda a extensão da linha, as estações, o pátio de manobra e manutenção e todos os sistemas de operação no ramal, nas estações e até mesmo a segurança. São três operadores - elétrica, trem e passageiros/segurança -, um supervisor e três agentes de seguranças por turno. A sala se parece com uma torre de controle dos aeroportos. O prédio em que está localizado já foi apelidado pelos funcionários de "amendoim" por causa do formato se assemelhar a bago de amendoim com três grãos.

Cobrança de passagem na Linha Amarela deve ter início na semana que vem



Consórcio planeja antecipar início da tarifação de R$ 2,65 para passageiros do novo trecho; secretaria não confirma

27 de maio de 2010 | 12h 33 - o Estado de SP
Daniel Gonzales, do estadão.com.br
SÃO PAULO - A cobrança de passagem para os passageiros da Linha 4 - Amarela do Metrô, inaugurada nesta semana com duas estações em funcionamento - Paulista e Faria Lima - deve começar já na semana que vem, até a próxima quinta-feira. Os passageiros pagarão R$ 2,65 para trafegar entre as duas estações e poderão fazer a conexão com a Linha 2 - Verde. A Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos ainda não confirmou o início da cobrança.
Há uma passagem subterrânea entre as Estações Paulista, da Linha Amarela, e Consolação, da Linha Verde. Durante os dois primeiros dias de operação assistida da Linha Amarela (terça, quando houve a inauguração, e esta quarta-feira), o Consórcio Via Quatro, operador do trecho, detectou um grande número de passageiros desembarcando na Estação Paulista e querendo acessar a Linha Verde. A passagem, porém, ainda não é permitida, porque a Linha Amarela vem operando sem cobrança de tarifa e os usuários poderiam acessar o restante do sistema metroviário sem pagar.
Por isso, o prazo de até três semanas previsto inicialmente, até que a cobrança tivesse início na Linha Amarela, deve ser reduzido, integrando as duas linhas. O início da cobrança, porém, não vai afetar o horário de funcionamento inicial da Linha Amarela, que continuará operando apenas entre 9h e 15h até novembro, quando as duas próximas estações - Butantã e Pinheiros - serão inauguradas.
De acordo com o Via Quatro, os passageiros da Linha Amarela serão avisados antecipadamente sobre a cobrança de passagem. Atualmente, só quem vem da Linha Verde é que pode acessar a Amarela sem pagar.

Avião que anda sobre trilhos





por Eduardo ReinaSeção: METRÔ27.maio.2010 11:38:17

Andar num trem de metrô sem condutor, como o existente na Linha 4-Amarela de São Paulo, é o mesmo que viajar num avião no piloto automático. Computadores comandam tudo. A diferença é que no avião os controles ficam no computador de bordo ao lado do piloto. Nos trens da Linha 4 o controle é feito de modo remoto direto do centro de controle operacional (CCO), localizado no pátio Vila Sônia, zona oeste da capital, onde é feita a manutenção e há a garagem do ramal.
O envio de dados das composições do metrô em operação para o CCO tem o mesmo procedimento da telemetria utilizada nos carros de Fórmula 1, com dados online sobre consumo de energia elétrica, funcionamento do sistema de freios, tração e até ar condicionado dentro do trem.
O sistema de controle da nova linha é totalmente automatizado, o que torna as operações mais precisas e rápidas. A base do sistema é a comunicação integral com o trem através de rádio. “É o mesmo modelo de funcionamento do transponder do avião. Antenas estão colocadas em todo o túnel. É informada a localização do trem, sua velocidade, o abre e fecha das portas da composição, o abre e fecha das portas de plataforma nas estações”, explica Luís Valença, diretor-presidente da ViaQuatro, concessionária da Linha 4.
Com um toque no mouse, o operador no CCO pode aumentar ou diminuir a velocidade do trem, manter a composição mais tempo parada na plataforma, segurar a porta de plataforma aberta ou mesmo inserir mais um carro no sistema caso a demanda de passageiros seja maior que o esperado. “No dia da inauguração, o operador segurou a porta de plataforma aberta por mais tempo que o definido (30 segundos) para que o governador (Alberto Goldman) entrasse no trem junto com toda a comitiva. Esse é um exemplo do que os operadores podem fazer”, explicou Valença.
Ontem, segundo dia de operação assistida da Linha 4, um problema considerado de rotina mas não informado, levou o CCO a segurar um trem que ia no sentido Estação Paulista mais tempo no túnel antes de chegar à plataforma. “Foi um problema considerado normal, sanado rapidamente”, justificou o diretor da concessionária.
E qual a garantia que um sistema não falhe e provoque algum problema na operação colocando em perigo a segurança? Para todos os principais sistemas existentes – alimentação de energia elétrica, operação do trem, controle de frenagem, controle de velocidade, entre outros – há sempre um sistema reserva. É o chamado sistema de redundância. Se um falha, o outro assume a posição instantaneamente. “Se o sistema que alimenta o trem, chamado de on board control unit (OBCU) falhar, tem um segundo que o substitui. O CCO vai julgar o tamanho da falha e determinar se o trem continua a operar ou precisa ser recolhido”, explica Valença.
As portas de plataforma de vidro nas estações foram colocadas para isolar os trilhos. Se forem forçadas, o sistema entende que foram abertas à força e bloqueiam o acesso dos trens às estações. As composições param 30 metros antes ou depois das plataformas até que a segurança confirme que não há nenhum usuário nos trilhos.
A automação do sistema, segundo o consultor em transportes Peter Alouche, que trabalhou por 35 anos no Metrô, sempre existiu em São Paulo. “Não é uma novidade do outro mundo. Em 1974, quando foi aberta a Linha 1-Azul, já entrou em operação o automatic train operation (ATO), que nada mais é do que o condutor nos carros utilizado apenas para abrir e fechar as portas nas estações. O restante da operação é feito por comandos do CCO”, conta Alouche. De acordo com José Geraldo Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp), o sistema ATO funciona nos horários de maior movimento do metrô, quando é necessário colocar mais carros para atender a toda a demanda existente.
Aliás, o novo sistema de comunicação via rádio utilizado na Linha 4 permitirá, quando todas as 11 estações estejam em operação em 2012, que o tempo de partidas dos trens nas estações chegue a 75 segundos. Hoje o recorde na Linha 3-Vermelha é 101segundos. “Com 75 segundos será o menor intervalo do mundo”, diz Gerson Toller, presidente da Feira Negócios nos Trilhos. O recorde de menor intervalo é do metrô de Moscou, com 90 segundos de intervalo entre os trens.
O sistema de monitoramento no CCO da Linha 4 é feito por um vídeo wall, uma grande tela de 12 metros de comprimento. Nessa tela gigante é possível acompanhar toda a extensão da linha, as estações, o pátio de manobra e manutenção e todos os sistemas de operação no ramal, nas estações e até mesmo a segurança. São três operadores – elétrica, trem e passageiros/segurança –, um supervisor e três agentes de seguranças por turno. A sala se parece com uma torre de controle dos aeroportos. O prédio em que está localizado já foi apelidado pelos funcionários de “amendoim” por causa do formato se assemelhar a bago de amendoim com três grãos.Essa é a versão integral de matéria publicada hoje no caderno Metrópole do Estadão.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Metrô SP receberá mais 7 portas de plataforma



28/05/2010 - O Estado de São Paulo

As portas de vidro de plataforma, com abertura sincronizada com as portas dos trens, serão instaladas em pelo menos mais sete estações da rede de Metrô paulistana até o fim deste ano, incluindo três paradas da Linha 3 - Vermelha (Corinthians/Itaquera - Palmeiras/Barra Funda): Vila Matilde, Carrão e Penha. Um contrato assinado entre o Metrô e o consórcio Trends Poscon, de abril do ano passado, também prevê a instalação das portas em todas as demais estações da Linha 3, a mais movimentada do sistema, o que deve ocorrer longo de 2011.
Hoje, três estações já contam com os equipamentos: Sacomã (da Linha 2 - Verde), que opera com o sistema desde o fim de janeiro, e as duas novas paradas da Linha 4 - Amarela, inauguradas nesta semana: Paulista e Faria Lima.
As duas novas estações da Linha Verde, cuja inauguração está prevista para o fim de julho (Vila Prudente e Tamanduateí) já serão entregues com as portas. Na sequência, ganham os equipamentos três estações da Linha Vermelha: Vila Matilde (que já está com portas instaladas desde fevereiro em um das plataformas e terá o equipamento funcional até o fim de junho); e, na sequência, Penha e Carrão, onde a colocação começa nas próximas semanas.
Além dessas estações, Butantã e Pinheiros, da Linha Amarela, com inauguração prevista para o fim de novembro, também terão as portas ainda em 2010. Até o fim do ano, portanto, 10 das 62 estações que formarão a rede (atualmente são 58 estações) contarão com as portas.
O contrato de fornecimento das portas para a Linha Vermelha, firmado entre a Companhia do Metropolitano e o Trends Poscon (formado pelas empresas Trends Engenharia e Infraestrutura, brasileira, associada com a coreana Poscon Co. Ltd,), é de R$ 71 milhões e prevê que as demais estações da Linha 3 terão os projetos executivos, fornecimentos e instalações das portas previstas para até o fim de 2011. A informação é do consultor em transporte que atua nas empresas, Peter Alouche. O consórcio é o mesmo que fornece as portas para a Linha 4 - Amarela.
"As portas de plataforma aumentam substancialmente a segurança, evitando a queda de objetos e de pessoas nas vias, inclusive suicidas. Ainda impedem que pessoas autorizadas e animais entrem nos trilhos", diz Alouche. Segundo ele, os equipamentos contribuem para organizar o acesso aos trens quando as plataformas estão cheias. "Na Linha 3, a instalação é mais complicada, porque ela está em funcionamento". Segundo Alouche, os trabalhos devem ocorrer de madrugada.
Onde as portas estarão operando neste ano
Linha 2 - Sacomã, Vila Prudente e Tamanduateí
Linha 4 - Em todas as estações que estarão abertas (Faria Lima, Paulista, Pinheiros e Butantã)
Linha 3 - Vila Matilde, Penha e Carrão
História das portas
O primeiro sistema metroviário do mundo a contar com portas de plataforma foi o de São Petesburgo, na Rússia, na década de 1960, quando a cidade ainda se chamada Leningrado. As portas eram de madeira e nem sempre se alinhavam com as dos trens.
Algumas cidades do mundo cujos metrôs hoje têm as portas (não necessariamente em todas as estações): Seul , Copenhagen, Tóquio, Pequim, Paris, Londres e Barcelona, entre outras.

INAUGURADA A LINHA 4-AMARELA DO METRÔ


Metrô SP - 25/05/2010


Nova linha será operada pela concessionária ViaQuatro e ligará os bairros Luz (Centro)e Vila Sônia (Zona Oeste), quando estiver concluída


O Governo do Estado de São Paulo inaugurou nesta terça-feira (25) o primeiro trecho da Linha 4-Amarela do Metrô, ligando as estações Paulista e Faria Lima, com 3,6 km de extensão. Resultado da primeira parceria público-privada (PPP) do país, a Linha 4 representa um grande benefício para a população de São Paulo, ao oferecer mais uma alternativa de transporte público para uma das regiões mais movimentadas da cidade.

O governador Alberto Goldman ressaltou a importância dos investimentos que estão sendo feitos no transporte público: "O Governo de São Paulo está pensando nas próximas décadas, na necessidade que São Paulo tem lá pra diante, para que a população tenha condições de se movimentar dentro da cidade. É uma visão diferente, não é imediatista".

Na Estação Faria Lima, o evento contou com uma apresentação de taiko (tambor tradicional japonês), realizada pelo grupo Ryukyu KoKu Matsuri Daiko. Já na Estação Paulista, os convidados foram recebidos ao som da bateria da escola de samba Tom Maior e puderam conferir a performance dos participantes do programa Jovem Cidadão, que trabalham no Metrô.

Com a inauguração da linha, teve início a operação assistida, que consiste em viagens entre as duas estações das 9h às 15h, de segunda a sexta-feira, sem a cobrança de tarifa. Nesse período, a transferência da Linha 2-Verde para a Linha 4-Amarela está liberada. Já os usuários que migrarem da Linha 4 para a Linha 2-Verde terão de pagar a tarifa na Estação Consolação.

A operação comercial, com a cobrança de tarifa, está prevista para começar em até três semanas, entre 9h e 15h, de segunda à sexta-feira (exceto feriados).

Linha de integração

O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, destacou a rede sobre trilhos com qualidade de metrô que está se formando em São Paulo, que chegará a 240 km já no final de 2010 e a 420 km até 2014. “Precisamos de uma grande rede integrada, para que todos possam se deslocar para qualquer canto com rapidez, conforto e segurança. Isso não é só o Plano de Expansão do Transporte Metropolitano, mas a reintegração de posse da cidade”, disse.

Quando estiver totalmente pronta, a Linha 4-Amarela terá 12,8 Km de extensão e 11 estações, ligando a região da Luz, no centro da capital, ao bairro de Vila Sônia, na Zona Oeste. Primeiramente, além de Paulista e Faria Lima, serão inauguradas as estações Butantã, Pinheiros, República e Luz. Até 2012, estarão prontas também as estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.

A Linha 4-Amarela integra o sistema metroferroviário da cidade. O usuário poderá fazer conexões nos seguintes pontos: na Estação Luz com as linhas 1-Azul do Metrô, 7-Rubi, 10-Turquesa e 11-Coral da CPTM na Estação República, com a Linha 3-Vermelha na Estação Paulista, com a Linha 2-Verde e na Estação Pinheiros, com a Linha 9-Esmeralda da CPTM.

Modernidade e segurança

Os trens da Linha 4-Amarela são equipados com o que há de mais moderno em operação metroviária. A maior novidade é a tecnologia “driverless”, que permite a operação dos trens sem condutor usando um sistema informatizado. Com a operação automática, há mais segurança: as velocidades são sempre mantidas dentro dos limites permitidos e reguladas de acordo com a necessidade, o que dará mais agilidade à operação dos trens. Também oferecem maior conforto para os passageiros, com ar-condicionado, passagem livre entre carros (salão contínuo), baixo nível de ruído e permitirão a comunicação direta com o centro de controle.

A Linha 4-Amarela será a primeira na América Latina a entrar em funcionamento, em todas as estações, com porta plataforma, separando a plataforma dos trilhos. As portas se abrirão juntamente com as do trem, que estacionará no ponto exato da entrada e saída dos usuários. Esse sistema contribuirá de maneira expressiva para a segurança e redução de interferências no transporte metroviário. Além disso, as escadas rolantes são inteligentes e definem sua velocidade em função do número de pessoas.

Primeira PPP do país

A ViaQuatro, integrante do Grupo CCR, é a responsável pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo, o primeiro contrato de Parceria Público-Privada assinado no País.

A concessionária está investindo US$ 450 milhões entre sistemas, equipamentos e trens. São 14 trens (84 carros) para a primeira fase do projeto e até 15 (90 carros) para a segunda fase. Ao longo dos 30 anos de operação, a ViaQuatro investirá mais de US$ 2 bilhões na linha.

Expansão SP

O Plano de Expansão do Transporte Metropolitano, desenvolvido pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, é o maior investimento no setor já feito no país. Com os contratos assinados até 2011, o investimento alcançará R$ 23 bilhões.

Um dos principais objetivos é quadruplicar a rede sobre trilhos com qualidade de metrô, dos 60 km no início de 2007 para 240 km (162 km na CPTM e 78 km no Metrô). O Plano contempla um conjunto de ações que se baseia em um "tripé" essencial, composto por investimentos na "expansão", na "operação" e "manutenção" dos sistemas.

O Plano de Expansão também reaqueceu a indústria ferroviária, com a compra de 107 trens: 47 para o Metrô e 60 para a CPTM. Além desses, o Plano deixará encomendados outros 45 para a CPTM que começarão a ser entregues em 2011, totalizando 152 trens.